M DIAS BRANCO - Resultados do 3T18 e Atualização de Preços
Maiores Custos e Despesas Não Recorrentes Pressionaram Margens
Os resultados do M Dias Branco no 3T18 foram negativos. A top line foi beneficiada pelos maiores volumes de produtos principais (impulsionados pela integração da Piraque), juntamente com os aumentos de preços implementados ao longo do 2T e 3T. Como resultado, a receita atingiu R $ 1,7 bilhão, um aumento considerável de 18% a/a, 7% acima de nossas estimativas.
Por outro lado, os maiores custos e despesas não recorrentes levaram o EBITDA a uma redução de 3% aa, reduzindo a margem de 19,8% para 16,3%.
Em função da política de estoques da companhia, parte do último trimestre da M Dias deverá acarretar custos mais elevados em decorrência do aumento do preço do trigo observado no 1S18. No entanto, também esperamos que a Empresa se beneficie da valorização do dólar e da queda dos preços do trigo no período, seguindo a tendência já observada nos últimos meses.
Nesse sentido, assumimos uma recuperação gradual das margens ao longo do próximo ano, considerando também os ganhos de integração e sinergias dos ativos da Piraque.
Vale ressaltar que a Empresa citada nos resultados apela hoje que os descontos poderão ser aplicados antecipadamente, seguindo a depreciação do preço do trigo, levando-nos a acreditar que a recuperação de margem deve depender mais da integração e dos ganhos de eficiência da Piraque do que estratégia de preço, em nossa visão.
Em razão de uma carteira de produtos de maior valor agregado, a Piraque pode, de fato, compensar parcialmente os custos mais elevados do trigo na comparação anual.
Também como positivo a partir dos resultados do 3T, destacamos as despesas com vendas, gerais e administrativas que foram mantidas inalteradas mesmo considerando o estágio de integração do processo de integração.
Além disso, vemos um avanço nas despesas com vendas, gerais e administrativas principalmente devido a:
(i) menores despesas não-recorrentes, considerando o desenvolvimento da integração de Piraque e a conclusão esperada do Comitê Independente;
(ii) gestão rigorosa de despesas; iniciativas da empresa voltadas para melhorias na cadeia de suprimentos, que já apresentaram resultados positivos no trimestre.
Apresentamos nosso TP YE19 para o MDIA3 em R$48,00/ação, mantendo nossa classificação para o Market Perform. Conforme mencionado em nosso último relatório sobre essa Empresa, revisitamos aquele trabalho e introduzimos um preço-alvo de R$ 48,00/ação para YE19 (de R$58 YE18). Nossa avaliação agora inclui os números da Piraque e uma nova abordagem sobre os preços do trigo.
Apesar dos resultados negativos reportados neste trimestre, estamos mais otimistas em relação à tese de investimentos da empresa no médio a longo prazo considerando
(i) um cenário mais confortável para os preços do trigo e dólar à frente,
(ii) uma margem de ganhos de eficiência Integração da Piraquê e
(iii) os esforços da empresa para implementar melhorias nas áreas comercial e logística.
Vale lembrar que as iniciativas comerciais e de marketing com foco no sell-out já aumentaram as vendas fora do Nordeste. Dito isso, levando em conta a perspectiva positiva em termos de ganhos de eficiência e de geração de caixa, mas com riscos relacionados a mais aumentos de preços e ganhos de participação de mercado, mantemos nossa classificação no Market Perform.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise elaborado por LUCIANA CARVALHO, analista senior do BB Investimentos
TRADUÇÃO: Redação do JORNAL FRANQUIA