Diário de Mercado na 5ª feira, 14.11.2018
Ibovespa fecha na máxima do dia, impulsionado pela Petrobras
Comentário.
O mercado brasileiro operou descolado da maior parte das praças mundiais na quarta-feira, oscilando ao redor da estabilidade ao longo de quase todo o pregão, mas ascendendo firme na meia hora final.
Nos EUA, as quedas de papéis de tecnologia e de bancos pressionaram para baixo os índices. Complementando o quadro pessimista externo, na Europa, os agentes estiveram monitorando os movimentos do Brexit e ainda a situação da Itália, que vive dias de ansiedade com desajustes orçamentários, com plano contingencial a ser apreciado em breve pela União Europeia.
No Brasil, em ritmo pré-feriado, a bolsa teve trajetória oscilante, entre baixas e elevações moderadas durante o dia, mas subindo na meia hora final.
Boatos que a cessão onerosa poderá ser votada na próxima semana, terminou impulsionando as ações da Petrobras e favorecendo a alta da sessão, em dia com ausência de notícias impactantes no front político. Em relação ao real, em uníssono ao movimento global, o dólar recuou, movimento importado também pelos juros futuros.
Ibovespa.
O índice doméstico abriu aderindo as tendências de baixa dos demais mercados acionários pelo mundo. Após a divulgação dos dados de inflação ao consumidor nos EUA, os índices norte americanos voltaram a subir, assim como o Ibovespa, que esteve oscilante ao sabor das variações dos papéis da Petrobras e da Vale, mas cujo destaque foi a JBS (JBSS3: R$ 11,40; +15,74%), após resultado do 3T18.
O Ibovespa fechou aos 85.973 pts (+1,25%), acumulando -1,66% em novembro, +12,53% no ano e 21,39% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 18,1 bilhões, sendo R$ 17,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 30,271 milhões da bolsa, com o saldo negativo em novembro indo a R$ 1,274 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é deficitário em R$ 7,184 bilhões.
Agenda Econômica.
Em setembro, o setor de serviços recuou 0,3% em relação ao mês de agosto (série com ajuste sazonal) e compara a setembro de 2017, o indicador (sem ajuste sazonal) cresceu 0,5%. Já o acumulado no ano é de -0,4% e -0,3% em 12 meses.
No terceiro trimestre (série sem ajuste sazonal), o setor apresentou um crescimento de 0,7% em comparação com o mesmo período de 2017, sendo o primeiro resultado positivo após 14 trimestres dados negativos.
Segmentos como transporte e correios foram os que mais contribuíram negativamente, recuando 1,3% frente ao mês de agosto. Contrapondo a baixa, os serviços prestados ás famílias avançaram 1,4% em setembro.
O IGP-10 mostrou deflação de -0,16% em novembro, versus +1,43% em outubro, em linha com o consenso de mercado. O índice tem alta de 9,27% no ano e 10,25% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), após a elevação de ontem, findou cotado em R$ 3,7830 (-1,12%), acumulando alta de 1,48% no mês, de 14,12% no ano e de 14,32% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos avançou para 207 pts ante 205 pts da véspera.
Juros.
Na sessão regular de hoje, os juros futuros encerraram em queda, derrubando como um todo a sua curva da estrutura a termo, com realce nos vértices mais longos. O DI para janeiro de 2020 registrou 6,97% ante 7,05% de ontem (menor resultado desde 30/04/2018, quando o DI marcou 6,98%).
O DI para janeiro de 2021 encerrou em 8,04% ante 8,14% da véspera (menor resultado desde 02/05/2018, quando o DI marcou 8,02%). O DI para janeiro de 2023 recuou de 9,51% ontem, para 9,40% hoje. O DI para janeiro de 2025 passou de 10,13% da última sessão para 10,00%.
Para a semana.
No Brasil, fechando a semana, na sexta (16.11), o IBC-Br (Bacen), considerado uma proxy do PIB. No exterior, estarão no radar dos agentes a inflação ao consumidor da zona do euro (16.11). Já nos EUA, dados do varejo na quinta (15) e a produção industrial na sexta-feira.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado em 14.11.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos