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Economia e Finanças

13 de Novembro de 2018 as 03:11:20



COPOM Ata aponta Selic estável por período prolongado


Ata do Copom: Selic estável por período prolongado - 06.11. 2018
 
Projeções em linha com a trajetória de metas sugerem que o Copom pode estar se aproximando de uma hibernação prolongada
 
 
A ata do Copom apresenta uma avaliação equilibrada da conjuntura econômica, destacando, por um lado, o cenário externo desafiador e, por outro, a redução da incerteza doméstica.
 
As projeções no cenário de referência (com taxa Selic constante de 6,5% aa) estão em linha com a trajetória de metas até 2020, sugerindo que a política monetária pode estar se aproximando de uma hibernação no patamar atual por um bom tempo, salvo choques imprevistos.
 
Diante desse quadro, o Copom provavelmente deixará sua taxa básica inalterada em 6,5% ao ano em sua reunião de política monetária de 12 de dezembro.
 
Atualização da conjuntura e cenário-base
 
De acordo com o Copom, os indicadores recentes de atividade econômica continuam evidenciando recuperação da economia brasileira em ritmo mais gradual que o vislumbrado no início do ano. 
 
O cenário externo permanece desafiador, com apetite ao risco em relação a economias emergentes aquém do nível vigente no início do ano. Os principais riscos seguem associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas e às incertezas referentes ao comércio global.
 
De acordo com o comitê, diversas medidas de inflação subjacente seguem em níveis apropriados, incluindo os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária (isto é, preços de serviços).
 
O texto em seguida descreve as principais premissas e projeções do Copom. Considerando as expectativas extraídas da pesquisa Focus para câmbio e juros, as projeções do Copom situam-se em torno de 4,4% para 2018, 4,2% para 2019 e 3,7% para 2020.
 
Esse cenário supõe, entre outras hipóteses, trajetória de juros que encerra 2018 em 6,50% a.a. e 2019 e 2020 em 8,0% e taxa de câmbio que termina 2018, 2019 e 2020 em R$ 3,71/US$, 3,80 e 3,75, respectivamente.
 
As projeções utilizadas para a inflação de preços administrados são de 7,4% para 2018, 5,6% para 2019 e 3,9% para 2020. No cenário com taxa de juros constante em 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$ 3,70/US$, as projeções para a inflação do Copom situam-se em torno de 4,4% para 2018, 4,2% para 2019 e 4,1% para 2020.
 
Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 7,3% para 2018, 5,4% para 2019 e 4,1% para 2020.
 
Riscos
 
O Copom avalia que o grau de assimetria existente no balanço de riscos para a inflação se reduziu. O elevado grau de ociosidade na economia segue sendo citado  como uma fonte de pressão baixista sobre a inflação prospectiva.
 
No entanto, o Comitê afirmou que os riscos de alta – relativos à frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia doméstica e à deterioração do cenário externo para economias emergentes – têm maior peso em sua avaliação.
 
Discussão de política monetária
 
No parágrafo 11, o Copom discutiu a evolução recente da atividade econômica e concluiu que os dados indicam continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual que o vislumbrado no início do ano. 
 
Sobre o ambiente internacional, o parágrafo 12 mostra que o Copom pondera que o cenário se mantém desafiador para economias emergentes. Mas os membros do comitê avaliaram que, desde sua última reunião, houve estabilidade no apetite ao risco pelos ativos dessas economias, em contraste com a piora observada em meses anteriores.
 
Dito isto, houve consenso que tal estabilização se deu em níveis aquém dos vigentes no início do ano, o que implica prêmios de risco mais elevados. Além disso, desde a última reunião do comitê, os preços de ativos de risco em diversas economias avançadas apresentaram maior volatilidade, em contraste com a evolução favorável observada até então.
 
O cenário básico do Copom continua sendo de normalização gradual da política monetária nos países centrais. Novamente foi mencionada a intensificação de riscos quanto à continuidade da expansão do comércio internacional, com possíveis impactos sobre o crescimento global e sobre a economia chinesa (pela primeira vez destacada pelo comitê).
 
Finalmente, o Copom mais uma vez destacou a capacidade da economia brasileira de absorver a piora do ambiente externo, dada a situação robusta do balanço de pagamentos, a inflação baixa no passado recente, com expectativas ancoradas, e a perspectiva de recuperação da economia. 
 
No âmbito doméstico, o parágrafo 13 destaca a diminuição de incertezas, que produziu redução de prêmios de risco embutidos em preços de ativos brasileiros e, segundo o comitê, contribuiu para a redução do grau de assimetria no balanço de riscos para a inflação.
 
Apesar desta melhora, os membros do Copom concluíram que os riscos altistas
para a inflação continuam tendo maior peso em seu balanço de riscos.
 
Nos parágrafos 14 e 15, o comitê discute mais detalhadamente o cenário para inflação. Seus membros avaliam que a trajetória de inflação nos próximos meses deverá ser de elevação, até atingir um pico por volta do segundo trimestre de 2019 e, a partir de então, deve recuar ao longo do resto do ano, em direção à meta.
 
No que tange à inflação subjacente, suas diversas medidas se elevaram de níveis considerados baixos para níveis que o comitê julga apropriados – isto é, consistentes com as metas para a inflação.
 
O Copom pondera que os ajustes de preços relativos (leia-se, câmbio) ocorridos recentemente parecem ter contribuído para elevar a inflação aos atuais níveis compatíveis com as metas, sem no entanto constituir riscos para a manutenção da inflação nesses níveis, dado o contexto de expectativas ancoradas.
 
Para avaliar o possível impacto mais perene de choques recentes, os membros do comitê reforçaram a importância de acompanhar a trajetória prospectiva de inflação, além da ancoragem das expectativas. 
 
No parágrafo 16, destacou-se que os membros do comitê debateram a conveniência de manter em sua comunicação oficial a mensagem sobre princípios de condução da política monetária diante de choques de preços relativos num regime de metas de inflação com expectativas ancoradas.
 
A conclusão do comitê é que já deveria estar claro que não há relação mecânica entre choques que produzam ajustes de preços relativos e a política monetária.
 
Sendo assim, o comitê concordou em excluir essa mensagem a partir de sua próxima reunião, com entendimento de que isso não deveria ser interpretado como mudança de sua forma de condução da política monetária.
 
Sobre a conveniência de sinalizar os próximos passos da política monetária, o parágrafo 22 mostra que, apesar da redução do grau de assimetria do balanço de riscos, todos os membros do comitê concordam que a atual conjuntura recomenda manutenção de maior flexibilidade para a condução da política monetária. Isto implica abster-se de fornecer indicações sobre seus próximos passos.
 
Neste contexto, os membros do comitê reforçaram a importância de enfatizar seu compromisso de conduzir a política monetária visando manter a trajetória de inflação em linha com as metas. 
 
Decisão de política monetária
 
Na avaliação do comitê, a decisão de manter a taxa de juros estável é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária, que inclui o ano de 2019 e, em menor grau, de 2020. A conjuntura ainda prescreve postura estimulativa (juros abaixo da taxa de equilíbrio), mas o Copom segue advertindo que este estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação e/ou seu balanço de riscos apresentem piora.
 
Interpretação
 
A ata do Copom apresenta uma avaliação equilibrada da conjuntura econômica, destacando, por um lado, o cenário externo desafiador e, por outro, a redução da incerteza doméstica.
 
As projeções no cenário de referência (com taxa Selic constante de 6,5% aa) estão em linha com a trajetória de metas até 2020, sugerindo que a política monetária pode estar se aproximando de uma hibernação no patamar atual por um bom tempo, salvo choques imprevistos.
 
Diante desse quadro, o Copom provavelmente deixará sua taxa básica inalterada em 6,5% ao ano em sua reunião de política monetária de 12 de dezembro.
 
 
Confira no anexo a íntegra do estudo preparado pelo
Departamento Econômico do Banco Itaú

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Itaú, Departamento de Estudos Econômicos.





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