Diário de Mercado na 3ª feira, 16.10.2018
Ibovespa fecha na máxima com continuidade de otimismo externo
Comentário.
O índice doméstico deu sequência ao avanço da véspera, com alta generalizada das ações e grandioso volume financeiro – que denota ingresso de capital estrangeiro e dá consistência ao movimento de hoje, abrindo inclusive espaço para sua persistência.
Baseados nas recentes pesquisas divulgadas, os agentes parecem acreditar cada vez mais que o resultado da eleição presidencial no Brasil – cujo segundo turno está marcado para o próximo dia 28 de outubro, será conveniente para seus anseios.
Assim, o Ibovespa tornou a galgar e superar “com força” os 85 mil pts, equivalendo hoje a cerca de 23.029 pts em dólar – vale lembrar que a máxima pontuação em dólar do índice foi aos 27.376 pts em 26 de fevereiro.
De outra mão, o dólar comercial chegou a vir ligeiramente abaixo de R$ 3,70, mas, fechou em baixa de -0,43%, aos R$ 3,7220. Em relação aos contratos de juros futuros, houve firme e progressiva queda em toda extensão de sua curva de estrutura a termo, destacadamente dos vértices médios para os longos.
Ibovespa.
O panorama prossegue favorável para o mercado de risco doméstico. O índice doméstico já abriu em ascensão, firmando-se e oscilando ao redor dos 85 mil pts durante a maior parte do pregão, com incremento adicional na hora final dos negócios.
Diversos papéis têm sido favorecidos pela queda do dólar e da curva futura de juros – assim como tinham sido prejudicados antes por movimentos altistas desses indicadores, dando sustentação a recente escalada.
Nesta sessão, tão somente sete papéis findaram em campo negativo. O Ibovespa fechou aos 85.717 pts (+2,83%), acumulando +3,37% na semana, +8,03% no mês, +12,19% no ano e +11,48% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,6 bilhões, sendo cerca de R$ 13,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 11 (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro em R$ 413,208 milhões da bolsa, acumulando agora saldo positivo em outubro em R$ 1,424 bilhões. Em 2018, há superávit de capital estrangeiro em R$ 1,719 bilhão.
Agenda Econômica.
No Brasil, a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE mostrou um avanço de 1,2% em agosto, na série com ajuste sazonal, frente recuo em julho (-0,3%).
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor teve um crescimento de 1,6% – bem acima do consenso de 0,2%, sendo a terceira taxa positiva esse ano. O acumulado do ano é de -0,5%, operando 11,5% abaixo do ponto mais alto registrado em novembro de 2014.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) registrou novo recuo nesta terça-feira, mas moderado em relação à mínima intradiária, quando chegou a romper o patamar dos R$ 3,70, valendo R$ 3,6930 (-1,2%).
O enfraquecimento da divisa norte-americana especialmente ante as moedas emergentes, bem como o o noticiário político doméstico mais ameno, segundo agentes, contribuíram para o fortalecimento do real.
O dólar findou cotado a R$ 3,7220 (-0,43%), acumulando queda de 8,10% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 12,28% e de 17,34% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 215 pts, ante 224 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda firme, especialmente nas taxas de médio e longo prazo, dando continuidade ao movimento de fechamento da curva da véspera.
O enfraquecimento do dólar ante as moedas emergentes, real incluso, e o cenário político mais ameno na ótica dos investidores foram os direcionadores da sessão.
Para a semana.
No Brasil, o índice de atividade econômica do Bacen (IBC-Br) será divulgado na 4ª feira, 17.10. Nos EUA, ganham relevo a ata do Fomc (17) – versando sobre a elevação da taxa na reunião de 26 de setembro – e os dados do mercado imobiliário norte-americano. Da China, aguarda-se a divulgação do PIB do 3T18, vendas no varejo e a produção industrial, todos na quinta-feira (18).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 16.10.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos