Diário de Mercado - 19 de setembro 2018
Ibovespa instável passa por leve realização após seguidas altas
Comentário.
O Ibovespa interrompeu sequência de três avanços consecutivos com leve recuo (-0,19%) e presente inconstância nesta quarta-feira. A ligeira queda pode ser traduzida como uma realização de lucros após o índice ter atingido 5% de alta desde o pregão da última sexta-feira, quando partiu do patamar dos 74 mil pts chegando a ultrapassar os 79 mil pts na máxima de hoje.
No exterior, houve avanços nos principais mercados acionários, mesmo ante novos desdobramentos da guerra comercial EUA x China.
Por aqui, o Copom decidiu pela manutenção da Selic em 6,5%, por unanimidade e pela quarta reunião consecutiva, sem deixar maiores pistas para as próximas reuniões, uma vez que explicitaram a vinculação da próxima decisão à evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
No mercado de câmbio, o dólar teve ligeira queda, em linha com o movimento da divisa em relação às moedas emergentes. Já os juros encerraram em baixa nos vértices de médio e longo prazo.
Para amanhã (20), os investidores vão digerir o resultado da pesquisa do Datafolha para a eleição presidencial no Brasil, que deverá ser divulgada nesta madrugada.
Ibovespa.
Em sessão de intensa oscilação após três firmes altas, o índice atingiu os 77.623 pts pela manhã, em sua mínima, e passou ligeiramente os 79 mil pts à tarde, na pontuação máxima do dia.
As pesquisas [eleitorais] seguem dando o tom das variações, com os dados do Ibope chegando a contribuir negativamente pela manhã, ao passo que o Datafolha, a ser divulgado nesta madrugada, elevou a cautela entre os investidores.
O Ibovespa encerrou aos 78.168 pts (-0,19%), acumulando 3,63% na semana, 1,94% no mês, 2,31% no ano e 2,89% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,1 bilhões, sendo R$ 9,7 bilhões no mercado à vista. No dia 17 (último dado disponível), houve ingresso líquido de R$ 306,396 milhões em capital estrangeiro na bolsa, diminuindo o saldo negativo em setembro para R$ 415,123 milhões. No ano, há retirada líquida de R$ 3,403 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Copom deliberou pela manutenção da Selic em 6,5% em sua quarta decisão consecutiva – sua mínima histórica – conforme apontava o consenso.
Nos EUA, a construção de casas novas acelerou 9,2% em agosto, ante queda de 0,3% em julho – acima do consenso positivo em 5,7%. Já os alvarás para construção recuaram 5,7% em agosto, frente ao avanço em 0,9% em julho – abaixo do avanço projetado em 0,5%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão em alta pela manhã, refletindo a pesquisa Ibope da véspera, mas inverteu tendência durante o pregão, encerrando com leve queda. O comportamento por aqui refletiu a perda de força da divisa no exterior, em especial ante moedas emergentes.
A moeda norte-americana fechou cotada em R$ 4,1300 (-0,34%), acumulando -0,82% na semana, 1,60% no mês, 24,59% no ano e 31,78% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos cedeu a 279 pts, versus 281 pts da véspera.
Juros.
Em compasso de espera com a decisão do Copom, os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa nos vértices intermediários e longos de sua curva de estrutura a termo – acompanhando o moderado recuo do dólar. Já os contratos de curto prazo fecharam com taxas mais próximas à estabilidade, com ligeiro viés de alta, precificando a manutenção da Selic pelo comitê nesta quarta-feira.
Para a semana.
No Brasil, o IPCA-15 será divulgado na sexta-feira, e provavelmente antes, a criação de vagas na economia (CAGED), na 5ª feira. No exterior, na sexta-feira, PMI da manufatura na Alemanha, França e zona do Euro, e PIB na França.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 19.09.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI,e HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos
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