Diário de Mercado na 6ª feira, 17.08.2018
Cenário eleitoral e crise turca imprimem movimento de cautela
Comentário.
O Ibovespa operou boa parte do pregão abaixo dos 76 mil pontos, enquanto os juros e o dólar subiram, em uma sessão marcada externamente pela piora da percepção de risco quanto à crise turca, além de questões crescentemente sensíveis no âmbito orçamentário na Itália.
Domesticamente tornou-se mais acentuada a apreensão com a cena eleitoral, mediante pesquisa sinalizando avanço de um possível candidato considerado não-reformista, além da iminência do segundo debate televisionado entre os presidenciáveis, a ocorrer na noite de sexta-feira, e na segunda-feira a divulgação da pesquisa Ibope, que pode trazer novidades quanto à corrida eleitoral.
Ibovespa.
O imbróglio com a crise turca, juntamente com as incertezas eleitorais brasileiras, direcionaram o predominante mau humor da sessão. No meio da tarde, no entanto, sinalização de melhora na relação comercial EUA x China trouxe algum alento, e o índice reagiu, se distanciando da mínima.
As perdas mais amargas vieram do setor financeiro, além da Petrobras, tendo um contraponto na Vale, que subiu com firmeza.
O Ibovespa findou aos 76.028 pts (-1,03%), com giro financeiro preliminar da B3 em R$ 10,24 bilhões, sendo R$ 9,81 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 69,347 milhões em capital estrangeiro da bolsa, acumulando agora saldo positivo de R$ 533,130 milhões em agosto. Em 2018, o saldo de recursos situa-se em R$ 5,629 bilhões negativo.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia da inflação medida pelo IGP-M (FGV) relativa ao mês de agosto marcou uma variação de 0,47%, praticamente em linha com a mediana das projeções dos analistas (0,46%), acelerando ante o dado relativo ao mesmo período do mês anterior (0,37%).
Nos EUA, houve surpresa negativa na apuração da primeira prévia do índice de confiança da universidade de Michigan relativo ao mês de agosto, vindo este em 95,3 pts, abaixo da prévia de mesmo período em julho e da projeção dos analistas, ambos em 97,9 pts.
Câmbio e CDS.
Refletindo majoritariamente as questões externas com relação à Turquia, mas também noticiário interno com as movimentações no âmbito eleitoral, o dólar operou em alta.
Embora tenha chegado a R$ 3,95 no movimento intradiário, o dólar comercial arrefeceu sensivelmente a partir de meados da tarde, com movimentos em torno de conversas mais amenas entre EUA e China no campo do comércio, e encerrou cotado a R$ 3,9197 (+0,40%), acumulando 1,61% na semana, 4,41% no mês, 18,47% no ano e 23,24% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos avançou a 241 pts, versus 237 pts na véspera.
Juros.
Replicando comportamento visto no mercado de câmbio, os vencimentos na seção longa da estrutura a termo da curva de juros subiram, mas tiveram o ímpeto significativamente reduzido a partir do meio da tarde. Nas seções curta e intermediária os contratos chegaram a estar em alta, mas encerraram orbitando a estabilidade.
Semana de 20 a 24 de agosto.
No Brasil, destacadamente balança comercial semanal, confiança industrial CNI, criação de empregos (CAGED), confiança do consumidor (FGV) e IPCA-15. No exterior, nos EUA, a ata da última reunião do FOMC, PMI manufatura e pedidos de bens duráveis. PMIs também saem na Alemanha, França e Zona do Euro, além do Japão. Na Alemanha, a prévia final do PIB do 2T.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 17.08.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL REIS, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, integrantes do BB Investimentos
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