Diário do Mercado na 2a. feira, 16.07.2018
Bolsas têm resultados mistos no exterior e Ibovespa encerra estável
Resumo.
Com indefinição no exterior, o Ibovespa chegou a cair 0,61% na mínima, mas recuperou-se das perdas fechando aos 76.652 pts (+0,08%). A forte queda das commodities – em meio a noticiário em direção a um aumento na oferta global de petróleo, ratificado pelo encontro Trump x Putin – impediu um melhor desempenho do índice.
Mais cedo, a divulgação do IBC-Br, com queda de 3,34% – próximo ao consenso – em maio, impactado pela greve dos caminhoneiros, corroborou a percepção de recuperação lenta da economia, contribuindo para adiar a possibilidade de elevação da taxa básica de juros pelo Copom.
Os juros futuros reagiram ao resultado, com quedas nos contratos de curto e médio prazos. No mercado de câmbio, o dólar avançou a R$ 3,86 (+0,36%) em caminho oposto a desvalorização majoritária no exterior.
Ibovespa.
Em dia de exercício de opções sobre ações, mesmo com liquidez pouco expressiva, destaque para saldo líquido em operações de compra, ante maior volume em opções de venda no mês passado.
O índice passou a maior parte do pregão em terreno negativo, mas encerrou estável. Cielo e Ambev influenciaram o fechamento do lado positivo, enquanto Petrobras – ante firme queda do barril do petróleo – e Vale recuaram.
O Ibovespa encerrou aos 76.652 pts (+0,08%), acumulando avanço de 5,35% no mês, 0,35% no ano e 17,14% em 12 meses. O volume financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 11,635 bilhões, sendo R$ 8,01 bilhões no mercado à vista e 3,28 bilhões no exercício de opções sobre ações.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 12 (último dado disponível), houve ingresso de R$ 858,426 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a somar ingresso de R$ 2,216 bilhão. Em 2018, o saldo acumula saída líquida de R$ 7,731 bilhões.
Agenda Econômica.
O PIB chinês cresceu 6,7% no 2T18 ante 2T17, em linha com a projeção (+6,7%), desacelerando frente à leitura do 1T18 (+6,8%). Já a produção industrial subiu 6,0% na comparação anual com jun/17, aquém do aguardado pelo mercado (+6,5%) e abaixo do crescimento registrado no mês anterior (+6,8%).
No Brasil, em decorrência da greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias no fim de maio, o índice de atividade econômica do Bacen (IBC-Br) caiu 3,34% naquele mês, ante abril (+0,46%), na série com ajuste sazonal – o resultado veio ainda abaixo das expectativas (-3,15%). Na comparação com mai/17, o índice recuou 2,90%, contra avanço de 3,70% na leitura de abril e próximo ao consenso que previa queda de 2,80%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve trajetória errática nesta segunda-feira, navegando majoritariamente em alta. No exterior, a divisa apresentou depreciação generalizada ante as principais moedas, mas se valorizou frente a algumas emergentes. O real registrou um dos piores desempenhos, ao lado do peso argentino, em uma cesta com as principais moedas.
O dólar fechou cotado a R$ 3,8630 (+0,36%), acumulando recuo de -0,36% em julho, e alta de 16,53% no ano e de 21,29% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 245 pts, contra 244 pts da última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa nas seções curta e intermediária da curva; já nos vencimentos de longo prazo, as taxas encerraram com viés de alta.
A queda nos contratos se deu em boa parte pelo resultado negativo trazido pelo IBC-Br de maio, que recuou 3,34% ante abril, com forte influência da greve dos caminhoneiros. O firme recuo reforçou a tese de uma recuperação lenta da economia, o que pode postergar eventuais elevações na Selic.
Para a semana.
Nos EUA, a produção industrial (terça) e os dados do seguro-desemprego (quinta) e da construção civil (quarta) estarão no radar dos investidores. No Brasil, na sexta-feira (20), o IPCA-15 de julho encerra a agenda com provável desaceleração em comparação com a leitura anterior.
Relatório completo anexo.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2a feira, 16.07, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos.
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