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Economia e Finanças

16 de Maio de 2018 as 22:05:34



COPOM mantém a SELIC em 6,50% ao ano


Resultado: manutenção em 6,50% a.a. 
 
 
O Banco Central, contrariando até sua sinalização precedente que haveria mais um corte de 25 pts-base, decidiu manter a taxa básica de juros em 6,50% a.a., por unanimidade e sem viés.
 
Assim, o corte ocorrido em 21 de março de 2018 deve ter sido o último deste ciclo de afrouxamento monetário pelo Bacen, que derrubou a taxa Selic, que estava em 14,25% em agosto de 2016, por doze reuniões consecutivas até seu atual piso histórico. 
 
Muito provavelmente, como o mercado teve contrariada suas apostas de redução da taxa Selic, deverá haver correção para cima mais intensa nas taxas futuras de curto prazo na curva da estrutura a termo da taxa de juros; ajustes moderados na parte média; e, como a parte longa sofre influência do cenário externo, talvez não sofra efeitos dessa resolução do Bacen.
 
Em relação ao comunicado, pode-se destacar a descrição dos fatores de risco, no qual foi ressaltado: “continuidade da reversão do cenário externo para economias emergentes. Esse último risco se intensificou desde o último Copom”.
 
Dinâmica recente.
 
Embora tenha sinalizado, de forma bastante transparente, o corte da reunião que se se encerrou hoje, ainda no comunicado da reunião anterior, o desconforto com a recente escalada do dólar trouxe alguma descrença pelo mercado quanto à efetiva manutenção de tal viés.
 
De fato, passou a existir para alguns analistas inclusive a visão de uma provável elevação da Selic já em algum momento no final deste ano ou no início de 2019.
 
De outra mão, ainda não está explícito o quanto da elevação do dólar é capaz de influenciar a inflação (pass through) e, por conseguinte, as decisões futuras do Copom sobre a taxa Selic.
 
Ademais, o tópico carry trade ganhou relevância pelo aumento do diferencial da taxa de juros de longo prazo (10 anos) entre EUA e Brasil, com a percepção de novas altas dos Fed Funds pelo Fed.
 
O fato é que parte da explicação da atual pressão cambial advém do diferencial de taxas de juros entre Brasil e EUA - que já era esperada pelo mercado em certa medida, mas sem precisar sua magnitude. Não apenas a taxa Selic se encontra em sua mínima histórica, de 6,50% a.a., após um grande ciclo de distensão monetária, como nos EUA ocorre o oposto, com a escalada de juros em um processo de normalização monetária pelo Fed após a taxa de juros ter permanecido próxima a zero desde dezembro de 2008 até dezembro de 2015, no período crítico pós crise de 2008 do subprime. E nos Estados Unidos, este avanço do aperto monetário ainda é catalisado por dados econômicos cada vez mais favoráveis e um mercado de trabalho em pleno emprego (taxa de desemprego em 3,9%). Por conta dessa discrepância, o custo de oportunidade dos investidores ao correr riscos em uma economia emergente acaba se elevando e é inerente ao processo alterações no portfólio, induzindo um fluxo de saída de divisas para mercados considerados de menor risco. 
 
Ao analisarmos o comportamento anterior do câmbio por um período prolongado, nota-se que houve natural volatilidade, mas, que a taxa permaneceu operando ao redor de R$ 3,30 desde junho de 2016 até maio de 2018. Todavia, neste momento, já ultrapassou o precedente limite “psicológico” superior de R$ 3,50. Enfim, o que conteve anteriormente, de certa forma, a desvalorização do real frente a cotação do dólar, foi a tendência declinante do risco-país (mensurado pelo CDS Brasil de 5 anos), que se contrapôs a elevação do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. 
 
Comunicado
 
No documento podem ser destacados: “Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 6,50% a.a.
 
O Comitê entende que esse movimento é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2018 e, com peso gradualmente crescente, de 2019”; e “As expectativas de inflação para 2018 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,5%. As expectativas para 2019 e 2020 situam-se em torno de 4,0%”; e
 
“No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,6% para 2018 e de 3,9% para 2019. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2018 em 6,25% a.a. e 2019 em 8,0% a.a. e de taxa de câmbio que termina 2018 e 2019 em R$/US$ 3,40. No cenário com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,60 (valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados na sexta-feira anterior à reunião do Copom), as projeções situam-se em torno de 4,0% para 2018 e 2019”. 
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados da reunião do COPOM, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, e HAMILTON MOREIRA ALVE, CNPI-T, todos integrantes do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RICARDO VIEITES, CNPI, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, e HAMILTON MOREIRA ALVE, CNPI-T, todos integrantes do BB Investimentos





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