Diário do Mercado na 4ª feira, 18.04.2018
Ibovespa amplia ganhos e se aproxima dos 86 mil pontos
Resumo.
O movimento de alta nas commodities metálicas visto na sessão anterior se estendeu ao pregão desta quarta-feira, alimentando o ímpeto por ações de siderurgia e mineração, que ampliaram os ganhos frente às já significativas altas da véspera.
No âmbito econômico e político, tanto domestica quanto externamente predominou mais um dia de “no news is good news”, o que favoreceu a retomada dos investidores por ativos de risco.
Por conta disso, o dólar e os juros futuros acentuaram os tímidos recuos da sessão da véspera de maneira mais contundente.
Ibovespa.
A trajetória da bolsa brasileira foi a de uma alta praticamente ininterrupta, com os ganhos novamente capitaneados pela Vale e siderúrgicas. O movimento destas foi considerado derivado da alta dos preços das commodities metálicas, em especial o minério de ferro, que subiu mais de 2% na China.
O Ibovespa chegou a superar a marca dos 86 mil pontos, mas cedeu ligeiramente ao final da tarde, e encerrou aos 85.776 pts (2,01%), acumulando 1,71% na semana, 0,48% no mês, 12,27% no ano e 33,69% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa, turbinado pelo vencimento de índice futuro foi de R$ 13,31 bilhões, sendo R$ 12,87 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 2ª feira, 16.04, último dado disponível, houve ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 198,54 milhões na bolsa, deste modo, os saldos do mês e do ano seguem positivos, R$ 921,03 milhões e R$ 963,42 milhões, respectivamente.
Agenda Econômica.
No Brasil, a segunda prévia do IGP-M de abril variou 0,40% contra 0,59% na segunda prévia de março. O dado veio ligeiramente acima das expectativas dos investidores (0,33%) e em sua decomposição assim se apresentou: O IPA-M (atacado) subiu 0,46%, enquanto o IPC-M acelerou a (varejo) 0,27%, e o INCC-M (construção civil) mostrou alta de 0,37%.
O Livro Bege foi o destaque do dia na agenda externa. O documento, que compila informações econômicas de diversas regiões dos EUA, e auxilia o Fomc na tomada de decisões de política monetária não mostrou grandes surpresas. Ao passo que o quadro de pleno emprego permanece nos EUA (taxa de desemprego em 4,1% pelo sexto mês consecutivo), observou-se avanço apenas modesto dos salários.
Mesmo com as 12 regiões apresentando crescimento econômico, o parco avanço dos salários é o principal indício de que a inflação no país deve permanecer na rota lenta e paulatina até a meta do governo, o que não implica em correção da rota por parte da autoridade monetária por lá dos atuais 2 aumentos previstos nas Fed Funds para 2018.
Chamam a atenção no relatório também os reflexos do recente aumento de impostos a produtos importados de aço e alumínio, que impactaram os preços dos materiais de forma sensível, inclusive com relatos esparsos de repasse dessa escalada a consumidores nos setores de indústria manufatureira, tecnologia da informação, transportes e construção.
Câmbio e CDS.
O viés positivo trazido pelo mercado de ações, e a ausência de noticiário sensível a choques geopolíticos no exterior acabou por contagiar o mercado cambial, onde o real se apreciou ante a divisa norte-americana.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,3767 (-0,78%), acumulando -1,34% na semana, 2,27% no mês, 2,06% no ano e 8,11% nos últimos 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 166 pts ante 167 pts na véspera.
Juros.
Seguindo o clima de melhora do humor dos investidores para com ativos de risco, os contratos futuros de juros recuaram ao longo de toda a estrutura a termo da curva. O movimento ainda foi catalisado pela queda do câmbio, derivado de uma melhora também do clima em relação ao país.
Para a quinta-feira.
A agenda econômica será de pouco peso, tanto interna quanto externamente, prosseguindo o hiato de indicadores relevantes antes da sexta-feira, que será movimentada. Despontará tão somente, nos EUA, o índice antecedente.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 4ª feira, 18.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.
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