Diário de Mercado na 2ª feira, 19.03.2018
Bolsas externas pesam e arrastam mercado interno em dia de vencimento
Resumo.
No primeiro dia da semana da decisão do FOMC sobre a taxa de juros norte-americana, marcada para a próxima 4ª feira, 21.03.2018, os investidores no exterior optaram por se desfazer de posicionamentos no mercado de renda variável pelo mundo.
O mercado já precificou alta de 25 pts-base [nos EUA], para o intervalo entre 1,50% e 1,75%, mas, o comportamento hoje adveio dos agentes estarem esperando o comunicado do comitê após sua decisão e declarações do Fed.
Também, no mesmo dia, haverá decisão do Copom no Brasil sobre a taxa básica de juros, que o mercado já considera corte de 25 pontos-base, para 6,50% a.a. Ainda vale lembrar que hoje foi o dia final para o exercício deste vencimento de opções sobre ações na Bovespa.
Em suma, a pressão vendedora externa contaminou o índice brasileiro, que findou em queda pelo quinto pregão seguido e abaixo dos 84 mil pts.
Ibovespa.
Mais uma vez, o destaque positivo do dia adveio da Suzano, por conta de sua fusão com a Fibria, criando uma “gigante” mundial no setor de papel e celulose. A Suzano ON (SUZB3) encerrou a R$ 30,60, em alta de 7,37%, após ter subido 12,80% na máxima do dia. Já pelo lado negativo, destaque para os papéis do setor de siderurgia e mineração, ainda sofrendo por conta do imposto de importação infligindo pelos EUA, bem como o setor de bancos – o maior e mais líquido, e a Petrobras – com repercussões ainda de seu balanço.
O Ibovespa fechou aos 83.913 pontos (-1,15%), acumulando -1,69% no mês, +9,83% no ano e +30,69% em 12 meses. O vistoso giro preliminar da Bovespa foi de R$ 16,408 bilhões, incluindo R$ 5,634 bilhões do exercício de opções sobre ações, sendo R$ 10,412 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, na 5ª feira, 14.03.2018, a saída líquida de capital estrangeiro da bolsa foi de R$ 393 milhões, acumulando saldo negativo de R$ 3,437 bilhões em março. Em 2018, a Bovespa acumula agora R$ 1,881 bilhões.
Agenda Econômica.
O IBC-Br variou -0,56% em janeiro, ante +1,16% em dezembro (revisto de +1,41%) – consenso em +0,60%. Já em comparação com janeiro de 2017, a oscilação foi de +2,97% versus +2,12% (revisto de +2,14%) em dez-17 / dez-16 – consenso em +2,40%. A sua média móvel trimestral (novembro, dezembro e janeiro) acumulou alta de +0,34% e em relação ao trimestre anterior (agosto, setembro e outubro) avançou +1,32%.
Substancialmente, os dados denotam que o País prossegue em expansão, apesar do setor de serviços ainda fraquejar e do setor industrial seguir moderado – lembrando que, sazonalmente, no primeiro trimestre os dados mais fortes decorrem do setor agrícola.
No relatório semanal Focus do Banco Central, as projeções de mercado desta semana indicam otimismo com a inflação e a taxa de juros para este ano, mas, prosseguiu em compasso de espera para 2019.
Para 2017, o IPCA recuou pela sétima semana seguida, para 3,63%, de 3,67% antes; e para 2018, permaneceu em 4,20% - ambos os dados inferiores ao centro da meta.
A taxa Selic ficou em 6,50% a.a. para este ano e em 8,00% a.a. para o próximo.
Já o PIB para este ano cedeu pela segunda semana, para 2,83%, de 2,87% antes – mas, ainda em nível proveitoso, parecendo que com os analistas estão aguardando mais dados deste primeiro trimestre para reavivar suas estimativas.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em alta e operou ao redor dos R$ 3,29 até por volta das 14h40min, acompanhando a maior aversão ao risco no mercado internacional.
Depois, a divisa perdeu fôlego e arrefeceu, fechando cotada a R$ 3,2860 (+0,27%), acumulando, +1,39% no mês, -0,87% no ano e +1,61% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 151 pts, frente a 147 da 6ª feira, 16.03.
Juros.
No mercado futuro, as taxas de juros bem curtas, até o DI jan/19, tiveram alguns ajustes para baixo – influenciadas ainda pela proximidade da decisão do Copom sobre a taxa Selic nesta 4ª feira, 21.03). Já a partir daí, alguns contratos tiveram leves ajustes para cima, mas de um modo geral, não alterou a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Para a semana
Brasil: Confiança industrial CNI, Taxa Selic - Decisão Copom, Confiança do Consumidor / FGV, IPCA-15/ IBGE, Saldo em conta corrente, Investimento Estrangeiro Direto;
EUA: Saldo em conta corrente, Vendas de casas usadas, Taxa de juros - Decisão FOMC, PMI Manufatura, Índice antecedente, Pedidos de bens duráveis, Vendas de casas novas;
Alemanha: PMI Manufatura;
França: PMI Manufatura;
Reino Unido: IPC A/A, Taxa do Banco da Inglaterra (BoE);
Japão: PMI Manufatura, IPC.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 19.03.2018, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos
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