Diário do Mercado na 6ª feira, 08.12.2017
Ibovespa prossegue navegando diante de incerteza doméstica
Resumo.
O índice findou a sessão de sexta-feira com valorização de +0,34%, acumulando alta de +0,65% na semana, que foi marcada por constantes oscilações. A notícia do desígnio de nova provável data para votação da reforma da previdência, bem como o bom humor nas bolsas de NY – em meio a um panorama mais otimista em relação a economia dos EUA, com a divulgação dos dados do payroll, puxaram significativa valorização do índice brasileiro no início da sessão.
Contudo, ao longo do dia, o movimento perdeu força com o crescimento da cautela em relação ao avanço da reforma perante às especulações sobre a contabilização dos votos dos congressistas.
Ademais, vale destacar o resultado abaixo do consenso do IPCA de novembro, apontando para o índice oficial de inflação terminar abaixo de 3,0%, que é o limite inferior estabelecido para este ano – fato nunca ocorrido historicamente.
Ibovespa.
O índice doméstico operou em campo positivo durante toda a sessão, atingindo a máxima intradiária nos primeiros minutos do pregão, aos 73.425 pts (+1,29%). Os agentes experimentaram um lampejo de otimismo pela manhã diante do aceno do governo com possível nova data para votação da reforma da previdência. Mas, no decorrer do dia, com o prosseguimento das especulações indicando insuficiência de votos para o avanço da reforma, o índice acabou devolvendo boa parte dos ganhos.
O Ibovespa encerrou aos 72.731 pts (+0,34%), acumulando +0,65% na semana, +1,06% no mês, +20,76% no ano e +19,87% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 8,302 bilhões, sendo R$ 8,097 bilhões no mercado à vista.
Na 4ª feira, 06.12, os investidores estrangeiros retiraram R$ 237,794 milhões da bolsa, aumentando o saldo negativo de dezembro para R$ 571,987 milhões. No ano, o saldo acumula ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 9,19 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA (IBGE) desacelerou para +0,28% em novembro, ante variação de +0,42% em outubro – consenso em +0,35%, passando a acumular +2,50% no ano e +2,80% em 12 meses.
Nos EUA, o payrroll mostrou criação de 228 mil vagas em novembro, após geração de 224 mil vagas (dado revisado) em outubro – acima da projeção de 195 mil. Já a taxa de desemprego manteve-se estável em 4,1% - em linha com o consenso. A confiança do consumidor medida pela Univ. Michigan cedeu a 96,8 pts na prévia de dezembro (98,5 pts anterior) – consenso em 99,0 pts.
Na França, a produção industrial avançou +5,5% na leitura de outubro ante outubro de 2016. No Reino Unido, a produção industrial cresceu +3,6% em outubro frente a outubro do ano passado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) principiou a sessão em baixa, chegando a valer R$ 3,2660 na mínima intradiária. Houve reversão do movimento a partir do início da tarde e o dólar encerrou cotado a R$ 3,2960 (+0,21%), acumulando +1,29% na semana, +0,80% no mês, +1,17% no ano e -2,46% em 12 meses.
Risco País. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 167 pts, ante 166 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa. Os ajustes ocorreram em quase toda a estrutura da curva, em meio ao resultado abaixo do esperado do IPCA e de aceno com possível data para votação da reforma da previdência.
Agenda da próxima semana:
Brasil: IGP-M 1ª prévia, Vendas no varejo, IGP-10, Confiança industrial, Volume do setor de serviços, Índice de atividade econômica e Coleta de impostos;
EUA: Orçamento mensal, IPC, Fomc – decisão de juros, Vendas no varejo, PMI Manufatura;
Alemanha e França PMI manufatua e IPC;
Reino Unido: BoE - Taxa de juros;
zona do euro: BCE – taxa de juros;
China: Vendas no varejo, Produção industrial, Invest. estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 09.12.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Ricardo Vieites, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos