ALUPAR - Resultado no 2º Trimestre de 2017
GSF impacta os resultados operacionais
Alupar divulgou ontem números neutros para o resultado do segundo trimestre. Considerando a contabilidade regulatória, a receita atingiu R$ 424,8 milhões, um aumento de 11,4% a/a, principalmente devido ao ajuste anual da inflação nos contratos de RAP e de vendas de energia.
O total de custos e despesas de O&M foram negativos no valor de R$ 149,5 milhões, +49,6% em relação ao 2T16, sobretudo devido à menor alocação de energia no período combinado com maior déficit hidrológico (GSF) e maiores preços no mercado à vista, que levaram a um custo negativo de compra de energia de R$ 43,1 milhões (+98,6% aa).
Logo, o EBITDA consolidado diminuiu 0,8% a/a, totalizando R$ 326,8 milhões, enquanto a margem EBITDA foi de 76,9% contra 86,4% no 2T16.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 75,3 milhões, 24,8% inferior ao 2T16, como resultado de maiores receitas financeiras derivadas de uma posição de caixa mais forte e do impacto positivo das variações monetárias nos indexadores da dívida.
O lucro líquido regulatório atingiu R$ 160,7 milhões, 2,5% superior ao resultado final do 2T16.
Esperamos uma reação neutra das units nos próximos pregões. Para o próximo trimestre, o impacto causado pelo GSF pode ser minimizado em função da estratégia de alocação de energia da companhia e uma melhora no cenário hidrológico.
No entanto, mantemos o foco nos projetos de transmissão recém-adquiridos, uma vez que isso será determinante para o valor da empresa nos próximos anos, bem como a entrada em operação de ativos de geração que estão em desenvolvimento.
Em nossa visão, a Alupar tem uma posição de alavancagem sustentável, deixando espaço para aumentar a dívida para financiar projetos e cumprir seus convenants financeiras.
O custo médio da dívida consolidada continuou a diminuir em face da parcela de dívida indexada à inflação e à taxa interbancária (CDI) e do processo de desalavancagem iniciado no ano passado com a venda da Transchile, alcançando uma dívida líquida consolidada de R$ 2.710 milhões, o que representa uma dívida líquida para o EBITDA regulatório acumulado nos últimos 12 meses de 2.1x.
Implicações para investimento.
Nós permanecemos com visão positiva sobre a empresa apesar do impacto do GSF no resultado. Mantermos nossa recomendação Market Perform considerando a performance recente das units que abriram relevante upside frente ao nosso preço alvo.
Potencial upside reside na estratégia de crescimento de longo prazo da companhia, principalmente via projetos greenfield no segmento de transmissão. Os riscos de downside estão relacionados
i) a problemas na execução de novos projetos de geração e/ou transmissão ou na obtenção de licenças ambientais, com potenciais atrasos e sobrecustos e
ii) ao aumento expressivo de competição no segmento de transmissão, impactando seu crescimento e rentabilidade futura.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 15.08.2017, elaborado por VIVIANE SILVA, CNPI, Analista, e RAFAEL DIAS, CNPI, Analista Sênior, ambos da equipe do BB Investimento
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