B2W DIGITAL - Resultado no 2º trimestre/2017
Conforme esperado, alterações na estratégia comercial seguem impactando resultados
Os números da B2W vieram mistos no 2T17, com o top line em linha com as nossas projeções, mas as margens bruta e EBITDA acima das expectativas. Durante o período, os resultados foram impactados, mais uma vez, pela estratégia comercial atual focada em
(i) reduzir as categorias de vendas diretas (1P) e
(ii) aumentar o sortimento de produtos vendidos no marketplace (3P).
Assim, acreditávamos que o crescimento robusto da operação de marketplace (+105% a/a) seria mais que suficiente para compensar a maior atividade promocional nas vendas da operação de 1P, o que, no entanto, acabou não ocorrendo.
Outro ponto de atenção, na nossa opinião, foi a estabilidade no nível de endividamento em 3,1x dívida líquida/EBITDA, apesar do recente aumento de capital, impactado pela falta de geração de caixa operacional.
De acordo com o relatório de desempenho, em um primeiro momento, a estratégia de migração de um grande número de categorias da operação de 1P para 3P traz um impacto negativo em fornecedores e estoques, o que deve ser normalizado posteriormente. De fato, a queima de caixa operacional já mostrou uma leve melhora de 8% a/a no 2Q17.
Do lado positivo, destacamos o ganho de 0,4 p.p. de share da B2W no semestre, mostrando que, mesmo frente às alterações internas relacionadas à estratégia comercial, a companhia vem crescendo acima da média de mercado.
Além disso, a dívida bruta reduziu 16,3% a/a no trimestre, enquanto as despesas financeiras líquidas, que têm pressionado o bottom line, diminuíram 8,5% a/a no mesmo período.
Uma vez que muitos dos impactos negativos observados durante o 2T17 já eram esperados, em razão da fase de transição por qual passa a companhia, acreditamos que os resultados tenham um impacto neutro na cotação de BTOW3 nos próximos pregões.
Do 2S17 em diante, esperamos melhorias no fluxo de caixa operacional, no nível de endividamento e nas despesas financeiras da companhia.
Outperform
Assim, mantemos nossas projeções inalteradas para a B2W, com um preço alvo de R$ 17,50 para o final do ano e recomendação de Outperform. BTOW3 está sendo negociada a 13,8x EV/EBITDA para o final de 2017, de acordo com as nossas estimativas, contra uma média histórica (últimos 5 anos) de 12,4x.
Top line e margens pressionadas pela redução de sortimento no 1P.
O GMV aumentou 10,1% a/a no trimestre (+1,0% A/E), impulsionado pela operação de marketplace, que expandiu impressionantes 105% a/a, atingindo 6,000 sellers, enquanto a operação de 1P reduziu 5,9% a/a no período, refletindo a atual estratégia da companhia baseada na diminuição das categorias vendidas de maneira direta.
A margem bruta reduziu 1,4 p.p. a/a no 2T17, para 21,1%, impactada pala maior atividade promocional focada na redução dos estoques da operação de 1P.
Ainda assim, a margem EBITDA ajustada diminuiu em um ritmo menor, cerca de 0,6 p.p. a/a no período, para 8,3% (-0,7 p.p. A/E), refletindo a queda de 13,2% nas despesas com VG&A, devido à maior participação do marketplace nas vendas totais (+13,7 p.p. a/a, para 29,6%) e à maior alavancagem operacional (já que a receita líquida reduziu 7,9% a/a no mesmo período).
Endividamento continua alto apesar do aumento de capital.
A dívida bruta reduziu 16,3% a/a no trimestre, para R$ 1,8 bi, levando a uma diminuição de 8,5% a/a nas despesas financeiras líquidas. Mesmo assim, a margem líquida caiu em um ritmo maior que a margem EBITDA ajustada, cerca de 0,8 p.p. a/a, para -6,8%, devido às maiores despesas com depreciação (+19,1% a/a).
Em relação ao nível de endividamento, o mesmo ficou praticamente estável em 3,1x dívida líquida/EBITDA, refletindo a menor posição de caixa (-27,8% a/a) e a geração de EBITDA mais fraca (-14,2% a/a), apesar da menor dívida bruta.
Confira no anexo a íntegra do estudo de análise do resultado apresentado pela B2W DIGITAL no 2º trimestre/2017, elaborado por MARIA PAULA CANTUSIO, Analista Sênior, da equipe do BB Investimento