Diário do Mercado, na 6ª feira, 19.05.2017
Mercado recupera parte das perdas de ontem, em compasso de espera do quadro político e apoiado por alta em Nova York
Resumo.
O clima tenso da sessão da véspera foi aplacado no pregão da sexta-feria. Ainda que o mercado de renda variável tenha se elevado modestamente, auxiliado pela recuperação das bolsas de Nova York e da Europa, foram os juros futuros e o dólar que mais devolveram partes de suas fortes elevações do dia anterior, com a amenização da aversão ao risco doméstico.
Os agentes ainda digerem o incremento de incertezas no front político brasileiro e, parece que houve um voto de confiança nos acontecimentos, com o sentimento evidenciado pelo mercado em geral sendo o de alívio na turbulência.
Ibovespa.
Em correção ao movimento da véspera, que pode ter sido exagerado, tendo os agentes dirimido parte das dúvidas acerca do imbróglio político inflamado na sessão anterior, o mercado operou no positivo ao longo de toda a sessão.
A atmosfera mais favorável vinda dos EUA, com ausência de novas denúncias contra o presidente norte-americano Donald Trump – embora alguns novos fatos tenham sido divulgados na parte da tarde - também contribuiu para a manutenção do bom clima nos negócios.
A cautela com possíveis novos desdobramentos políticos tanto no Brasil, quanto nos EUA, ao longo do vindouro final de semana, no entanto, reduziu o ímpeto dos investidores, tendo então a alta arrefecido na parte final do pregão doméstico.
O benchmark da bolsa brasileira findou aos 62.639 pts (+1,69%), com giro financeiro preliminar da Bovespa em R$ 13,5 bilhões, sendo R$ 10,8 bilhões no mercado à vista.
Capitais externos na Bolsa - O capital estrangeiro líquido à bolsa, com a evasão de R$ 471,54 milhões na 4ª feira, 17.05, - último dado disponível - está positivo em R$ 759,59 milhões em maio. Em 2017, o saldo é um ingresso de R$ 4,27 bilhões.
Câmbio e CDS.
A artilharia do Bacen na oferta de swaps cambiais ajudou a conter a volatilidade da moeda, trazendo sua cotação para a faixa entre R$ 3,25 e R$ 3,30, além de devolver boa parte do movimento atípico da sessão anterior.
Ao final da sessão, o dólar comercial (interbancário) findou aos R$ 3,2510 (-3,96%).
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos não acompanhou o significativo alívio visto no mercado cambial e de juros, mas também cedeu, oscilando neste momento os 248 pts, versus 266 pts na véspera.
Juros.
Houve a correção do movimento altista exacerbado da véspera no mercado de juros. Também, o recuo do dólar contribuiu para o movimento de arrefecimento.
Ao passo que o sentimento de ontem era o de dissipação de maiores espaços para corte na taxa Selic por parte do Copom em sua próxima decisão (31/05), hoje a apostas tornaram a orbitar majoritariamente em redução de 100 pontos-base.
Esta postura dos agentes ratificou que o incremento das incertezas e o possível postergamento de reformas não devam servir como justificativa para um arrefecimento ou interrupção da manutenção do ciclo de afrouxamento monetário, visto que o panorama de inflação deverá seguir benéfico, como também deve-se permanecer vigilante no combate a uma recessão excessivamente prolongada.
Para a próxima semana.
Novos capítulos do ambiente político doméstico e nos EUA podem rechear os noticiários e elevar a sensibilidade dos negócios. No Brasil, os investidores estarão atentos aos desdobramentos do imbróglio político que envolve a Presidência da república.
Na agenda econômica, estão previstos em destaque, internamente, a confiança do consumidor (FGV), a arrecadação de impostos, o IPCA-15, a dívida federal e os resultados primário e nominal do setor público e do governo central.
No exterior, nos EUA, a ata relativa à última decisão do Fomc, estoques no atacado, a segunda prévia do PIB do 1T17, consumo pessoal e núcleo trimestral de gastos pessoais. Na Alemanha, o dado final do PIB 1T17. No Reino Unido, mais uma prévia do PIB 1T17.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 19.05.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, Analista Senior, e RAFAEL REIS, CNPI-P Analista, ambos do BB Investimentos
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