Trump assina decreto que revoga medidas ambientais de Obama
Paola De Orte
Correspondente da Agência Brasil
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou hoje (28) o decreto-executivo da Independência Energética, que revê medidas do governo do ex-presidente Barack Obama que tinham como objetivo diminuir as emissões de gases de efeito estufa dos EUA para atender aos compromissos feitos no Acordo de Paris, de 2015.
Segundo Trump, o decreto é necessário uma vez que a gestão Obama implementou regulamentações
“caras que prejudicaram os empregos e a produção de energia nos Estados Unidos”. “Nós vamos colocar um fim à guerra contra o carvão”,
disse o presidente norte-americano.
Em seu discurso, Trump fez referência ao Plano de Energia Limpa de Obama, que obrigou os estados a limitarem as emissões de carbono em suas usinas energéticas.
Segundo a Casa Branca, o plano poderia custar aos americanos até U$ 39 bilhões por ano e aumentar em pelo menos 10% o preço da eletricidade em muitos estados. A medida já havia sido suspensa pela Suprema Corte norte-americana depois que estados entraram com ações na Justiça pedindo sua revogação.
Organizações ligadas a temas ambientais protestaram contra o decreto. Segundo o Greenpeace, a ordem mostra que o máximo que Trump conseguirá fazer é atrasar a
“inevitável transição da América para a energia limpa, mas não pode pará-la”.
O decreto prevê a revisão de quaisquer ações das agências federais que possam potencialmente
“atrapalhar o desenvolvimento seguro e eficiente de recursos energéticos nos Estados Unidos”.
Além disso, revoga ações de governos passados relacionadas a energia e clima. Entre elas, ficam suspensos o bloqueio de exploração de carvão em terras sob jurisdição federal e as regras para diminuir emissões de metano. Também serão revisadas as medidas que exigiam determinados cálculos de custo social das emissões de carbono, óxido nitroso e metano para análise e aprovação de projetos de infraestrutura.
A desregulamentação da indústria do carvão foi uma das promessas de campanha de Trump, bem como a retirada dos EUA do Acordo de Paris. Mas, desde o início da sua gestão, Trump ainda não confirmou se pretende levar adiante a segunda promessa.