Diário de Mercado na 5ª feira, 08.12.2016
Ibovespa descolou-se do melhor panorama externo, mesmo com a dissipação de questões políticas internas.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
José Roberto dos Anjos, CNPI-P
O Ibovespa terminou em 60.676 pts (-1,20%), acumulando +0,60% na semana, -1,99% no mês, +39,97% no ano e +36,53% em 12 meses. O índice, mais uma vez, principiou em alta e operou basicamente positivo na parte da manhã, mas, sofreu pressões vendedoras na parte da tarde e sucumbiu.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 6,51 bilhões, sendo R$ 6,29 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, em 6 de dezembro, a bolsa brasileira registrou ingresso líquido de capital externo de R$ 427,642 milhões, reduzindo o saldo negativo no mês para R$ 62,626 milhões no mês, mas, com entrada de R$ 14,9 bilhões no ano.
Vale, Petrobras e Bancos
Na Bovespa, os papéis da Vale, que ajudaram a impulsionar a recente reação do índice no mês, foram, ponderadamente, os principais contribuidores para a queda ao longo do dia. Também, as ações do setor financeiro pesaram sobre o pregão de hoje. No caso da Petrobras, a ação preferencial caiu, mas, a ordinária subiu.
Ibovespa: Ganho de 40% até novembro
Enfim, mesmo com o cenário externo favorável -- no qual os índices em Nova York, Dow Jones e S&P500, subiram todos os dias desta semana e renovaram sucessivamente seus recordes históricos de pontuações -- o índice brasileiro parece necessitar de um fato novo ou até de uma simples visão dos agentes sobre a ausência de notícias adversas, até o final do ano, para avançar neste último mês de 2016 e consumar o ganho superior a 40% que denotou até o final de novembro.
BCE estende até dezembro/2017 seu Programa QE
Vale citar que foi um dia sem indicadores expressivos, tão somente a postura do BCE (Banco Central Europeu) de expandir de março para dezembro do próximo ano seu programa de estímulo (QE), mesmo reduzindo sua compra de ativos, que perdurará em €80 bilhões até março, mas que será reduzida para €60 bilhões entre abril e dezembro de 2017.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, o IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV) cedeu para +0,15% na segunda quadrissemana de dezembro, versus +0,17% da semana anterior.
O Banco Central Europeu (BCE) manteve suas taxas de juros inalteradas, mas, o presidente da instituição, Mario Draghi, declarou que vai estender o programa de estímulos (QE) implementado, que findaria em março do próximo ano, até o final de 2017.
O banco irá manter até março do próximo ano suas compras de ativos em €80 bilhões, mas, vai reduzi-las para €60 bilhões entre abril e dezembro de 2017.
Juros
No mercado de juros, as taxas mais curtas ficaram praticamente estáveis, mas, a partir do DI Abril/17 foram progressivamente decaindo, derrubando a ponta mais longa da curva da estrutura a termo da taxa de juros.
A melhoria do panorama doméstico e um melhor humor com o prosseguimento de estímulos pelo BCE na zona do euro induziram o comportamento da sessão de hoje.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3790 (-0,64%), acumulando -2,65% na semana, -0,27% no mês, -14,69% no ano e -11,20% em 12 meses. A moeda esteve oscilante ao longo do dia, mas, ratificou a tendência de baixa na parte da tarde, com a dissipação da questão política interna, perfazendo a quarta baixa consecutiva.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) terminou em 294 pts, diminuindo 3 pts frente aos 297 pts da véspera
Ibovespa descolou-se do melhor panorama externo, mesmo com a dissipação de questões políticas internas.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 08.12.2016, elaaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T José Roberto dos Anjos, CNPI-P, ambos do BB Investimentos