Diário do Mercado na 2ª feira, 24.10.2016,
Ibovespa já subiu 9,75% em outubro.
Câmbio em queda agressiva
O índice da bolsa brasileira principiou ascendente hoje. Depois do meio dia, foi sofrendo realizações, tornando -se negativo no meio da tarde mas chegou a ter pequena recuperação em seguida. Contudo, dentro da hora final ficou sem pujança, encerrando praticamente na estabilidade.
O Ibovespa fechou aos 64.059 pts (-0.08%), acumulando +9,75% no mês e +47,77% no ano. O comportamento positivo das ações da Vale e da Petrobras se contrapuseram às baixas dos papéis do setor de bancos – o de maior peso no índice, evitando uma perda de força maior nesta sessão . Vale ressaltar que a queda rápida do dólar torna o mercado doméstico mais caro naquela moeda.
Dando continuidade ao bom fluxo financeiro, no último dado disponível (20/outubro), houve entrada de recursos estrangeiros líquidos na bolsa de R$46 milhões, elevando os saldos a R$ 3,1 5 bilhões em outubro e a R$16,19 bilhões no ano.
Bolsas no Exterior
Externamente, o bom humor também auxiliou a embalar os negócios. Na Ásia , os mercados fecharam predominantemente em alta, com dados favoráveis da economia japonesa ; e o mesmo ocorreu com os mercados locais na Europa, repousando sobre o setor financeiro a responsabilidade pela boa performance em meio a dados econômicos favoráveis daquele bloco.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente , apenas o Relatório semanal Focus do Bacen esteve na mira. Nele destacaram-se, predominantemente, a sequência do recuo da inflação projetada tanto para 2016, que baixou a 6,89% (de 7,01% anteriormente, quanto para 2017, que arrefeceu a 5,00% (de 5,04% anteriormente), derivados de uma leitura favorável do IPCA -15 na sexta-feira, onde mais um alívio dos preços dos alimentos foi evidenciado, além de expectativas de uma menor pressão por conta de custos com combustíveis em meio à redução dos preços da gasolina e do diesel anunciados no final da semana anterior pela Petrobras.
Nos EUA, o índice de atividade do Fed de Chicago melhorou para -0,14 em setembro, contra -0,72 (dado revisado de -0,55) em agosto, praticamente em linha com as estimativas de mercado , em 0,13.
A bateria de PMIs (Purchasing Managers’ Index) da manufatura na primeira prévia de outubro divulgada hoje , tanto nos EUA , quanto na zona do euro, animou o mercado ao virem, sem exceção, acima das estimativas e acelerando ante medições de setembro anterior, ampliando sua leitura acima de 50, que representa marginalmente expansão, segundo metodologia do indicador (abaixo de 50 significa contração), servindo como um termômetro antecedente da atividade econômica.
Juros
No mercado de juros, refletindo a melhora de ambos os cenários, externo e doméstico, bem como a firme queda do dólar, e mais uma rodada de reduções das projeções de inflação tanto para 2016 quanto para 2017, reveladas no Relatório Focus, notou -se recuo ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros futuros, ainda que em um dia de liquidez mais reduzida.
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar norte -americano perdeu força contra a maior parte dos pares globais, não sendo diferente perante o real.
Ainda desfavorecido por suposto recurso vultoso advindo da repatriação de recursos, cujo prazo estabelecido aos investidores para adesão ao programa instaurado pelo governo aproxima -se do final, neste momento, a divisa encontrou caminho para uma queda mais expressiva, fechando cotada a R$ 3,122 ( -1,09%), acumulando agora -4,27% em outubro e -21,18% em 2016.
O mercado agora passou a pensar em se poderá ocorrer, por parte do Bacen, um movimento de elevação do volume de contratos ofertado nos leilões de swap cambial reverso, atualmente em 5.000 contratos/dia, visto que em passado recente esta foi uma medida tomada pela autoridade monetária, em análoga situação , visando uma contenção da volatilidade da moeda.
O CDS (Credit Default Swap) Brasil 5 anos findou em 263 pts, versus 261 pts do fechamento de sexta-feira (21).
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado em 24.10.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Freda Reis, CNPI-P, analistas do BB Investimentos
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