Diário do Mercado na 3ª feira, 20.09.2016
Petrobras animou a Bovespa, mas, investidores pelo mundo se resguardaram da decisão de amanhã do Fed e do BoJ
O Ibovespa avançou hoje impulsionado pela visão favorável dos investidores em relação à Petrobras (PETR4: R$ 13,50; +3,45%; giro de R$ 702 milhões; e PETR3: R$ 15,05; +1,07%; giro de R$ 182 milhões).
As ações subiram após a petrolífera ter anunciado que reduziu seu plano estratégico de investimentos em 25%, para US$ 74,1 bilhões, no período dos próximos 5 anos (2017-2021). Também, a empresa informou que pretende obter mais US$ 19,5 bilhões com a venda de ativos e parcerias até o final de 2018.
As altas dos papéis da Vale e do setor de bancos também contribuíram favoravelmente para o avanço do índice – que não apresentou volume financeiro expressivo por conta da cautela dos agentes em relação às decisões de política monetária de amanhã tanto do FOMC nos EUA, como do BoJ (Bank of Japan) no Japão.
O mercado não espera nenhuma surpresa por parte do Fed, que deverá manter a taxa de juros no intervalo entre 0,25% e 0,50%, mas, monitorarão alguma sinalização no comunicado, que deverá ser divulgado logo após sua decisão. Entretanto, pairam dúvidas em relação à postura que a instituição japonesa adotará.
Ibovespa
O Ibovespa fechou aos 57.736 (+0,67%), passando a acumular +1,15% na semana, -0,28% no mês, +33,19% no ano e +22,16% em 12 meses. Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,37 bilhões, com o mercado à vista somando R$ 5,23 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 (último dado disponível), ocorreu saída líquida de capital estrangeiro de R$ 378,466 milhões na Bovespa, com saldo negativo de R$ 1,405 bilhão em setembro, mas, positivo em R$ 13,603 bilhões em 2016.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3), no Brasil, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) informou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) atingiu 53,7 pts em setembro, ante 51,5 pts em agosto e 35,7 em setembro do ano passado. O indicador alcançou o maior patamar desde dezembro de 2013 e acentuou sua expansão (quando situa-se acima de 50,0 pts) pelo segundo mês consecutivo.
EUA
Nos EUA, as construções de casas novas recuaram 5,8% em agosto, para 1142k, mais fraco do que a variação de –1,7% prevista pelo mercado. As licenças para construção oscilaram -0,4%, para 1139k, abaixo do +1,8% esperado pelos agentes.
No mercado de juros, a curva DI recuou como um todo, refletindo na ponta curta a divulgação do IPC-Fipe melhor que o esperado e, nos contratos longos, acompanhando o recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.
No cenário doméstico, os agentes interpretaram positivamente o recuo do índice de preço (de 0,05% no mês anterior para os atuais 0,01%), destacando em especial a desaceleração do grupo de alimentos.
Entre os contratos longos, mais sensíveis ao cenário externo, o recuo acompanhou a baixa dos retornos dos US treasuries, em linha com expectativas de mercado mais tendentes à manutenção do juro básico dos EUA, a ser definido amanhã na reunião do Fomc. Por outro lado, os agentes sinalizam dúvida quanto à decisão do Bank of Japan, com divulgação de opiniões divididas.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o dólar comercial abriu em queda e, apesar de uma discreta recuperação, encerrou o dia aos R$ 3,2630 (-0,37%), acumulando agora -0,12% na semana, +1,15% no mês, -17,62% no ano e -17,39% em 12 meses.
O movimento seguiu as mesmas expectativas capturadas pela ponta longa da curva DI, com relação às decisões do FOMC (Fed) e do BoJ, agendadas para amanhã. O CDS Brasil de 5 anos subiu a 282 pts, contra 267 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª fleira, 20.09.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento do BB INVESIMENTOS
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