Diário de Mercado na 3ª feira, 30.08.2016
Ibovespa “de lado” em dia de relevante agenda doméstica.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T,
e Rafael Freda Reis, CNPI-P
Entre altas e baixas, o Ibovespa findou o dia “de lado” (-0,06%), aos 58.575 pts, refletindo dados com viés positivos internamente, contrabalançados por elevação da aversão ao risco vinda do exterior. Assim, o índice passou a acumular +1,49% na semana, +2,21% no mês, +35,12% no ano e +24,22% em 12 meses.
Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 5,40 bilhões, sendo R$ 5,22 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 26 (último dado disponível), houve ingresso de capital externo de R$ 146 milhões na bolsa, com saldo negativo de R$ 1,455 bi em agosto, mas, somando R$ 15,8 bi no ano.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3), agenda interna de peso. O IGP-M (FGV) acusou variação de preços em agosto de +0,15%, ante +0,18% em julho, desviando-se apenas ligeiramente das previsões do mercado, cujo consenso era de +0,12%.
Na decomposição do indicador, os preços no atacado (IPA-M, 60% de peso no índice geral) saíram de -0,04% em julho para ligeira alta, em +0,04% em agosto, bem como, os preços na construção civil (INCC-M, 10% de peso no índice geral) arrefeceram de +1,09% em julho para +0,26% em agosto, enquanto os preços ao consumidor (IPC-M, 30% de peso no índice geral), na mão inversa, aceleraram de +0,29% em julho para +0,40% em agosto – sendo os maiores responsáveis pela oscilação positiva na medição mensal.
No front do mercado de trabalho, o desemprego medido pela PNAD contínua do IBGE manteve a tendência altista, com a média móvel da taxa de desocupação dos três meses finalizados em julho avançando a 11,6% de 11,3% na aferição da média móvel dos 3 meses anteriores.
É importante destacar que, apesar de estar ascendente, o desemprego responde com atraso aos ciclos econômicos. Deste modo, embora o sentimento seja de melhoria econômica, conforme já sinalizado pelos antecedentes índices de confiança (consumidor e industrial), o dado tende a se manter ainda elevado nas próximas medições. Vale ressaltar que, mal comparando, pois as áreas de pesquisa eram dispares, a atual média móvel trimestral está em patamar similar àquela de julho de 2004, que foi de 10,7%.
Na seara fiscal, o déficit primário do governo no mês de julho foi de R$ 18,6 bilhões, melhor do que as estimativas, que projetavam R$ 19,7 bilhões. O déficit passou a acumular R$ 51,07 bilhões em 2016 e R$ 163,34 bilhões em doze meses.
Em suma, já houve dado melhor do que o consenso de mercado e, mesmo que o saldo negativo prossiga progredindo nos meses vindouros, não parece neste momento que ultrapassará a meta do governo central, que admite para este ano -R$ 170,5 bilhões.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), com cautela em relação ao aos dados do mercado de trabalho norte-americano, a serem divulgados na próxima sexta-feira, que poderão auxiliar na decisão de política monetária do Fed, o dólar terminou “de lado”, cotado a R$3,2380 (+0,09%) perante o real, acumulando agora -0,92% na semana, -0,12% no mês, -18,25% no ano e -9,63% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, refletindo a alta do dólar e as especulações quanto a aumento de juros nos EUA, os DIs avançaram na ponta mais longa da curva. Em contrapartida, a ponta mais curta operou mais próxima à estabilidade. Já o CDS brasileiro de 5 anos denotou mínima elevação, para 259 pts hoje, contra 258 pts ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, analistas de investimento do BB Investimentos
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