Diário do Mercado na 3ª feira, 23.08.2016
Humor externo trouxe dia positivo à bolsa, embora tenha sucedido pressão no dólar com dados econômicos nos EUA
Estiveram no radar dos agentes nesta 3ª feira:
i) Números neutros, mas, com viés ambíguo, divulgados na Europa e EUA; e
ii) cautela dos agentes que estão no aguardo do discurso da presidente do Fed Janet Yellen, agendado para a próxima sexta-feira, dia 26 de setembro, no distrito de Jackson Hole (EUA).
O Ibovespa encerrou a sessão em alta, finalizando aos 58.020 pts (+0,41%), com valorização final não distante dos índices das bolsas de valores de Nova York. O índice agora acumula +1,24% no mês, 33,84% no ano e +26,91% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 6,53 bilhões, sendo R$ 6,39 bilhões no mercado à vista.
No dia 19 (último dado disponível), houve evasão líquida de capital externo da ordem de apenas R$ 136 milhões da Bovespa, subindo o acumulado negativo do mês a R$ 1,024 bilhão, fazendo com que o saldo no ano passasse a totalizar positivos R$ 16,23 bilhões.
Indicadores Externos
Na agenda econômica (pg.3), na Europa, os índices de gerentes de compras (PMIs), tanto na manufatura quanto nos serviços vieram majoritariamente em linha com o aguardado pelo mercado na França e Alemanha, sendo que o PMI composto da Zona do Euro excedeu positivamente as estimativas (em 53,1), ao elevar-se a 53,3 em julho ante 53,2 em junho, denotando um impacto inicialmente menor do que o imaginado por consequência do Brexit.
Nos EUA, indicadores mistos: enquanto o PMI da manufatura foi considerado fraco, vindo a 52,1 ante 52,6 aguardado, observou-se dados razoáveis em alguns subitens, por outro lado, as vendas de casas unifamiliares novas no mês de julho atingiram 654 mil unidades (com ajuste sazonal), surpreendendo positivamente o mercado, que aguardava 580 mil.
Os dados, embora representem apenas 10% do mercado imobiliário americano, e esteja sujeito a revisões, representa o maior número desde outubro de 2007, e reforça, ainda que pontualmente, a ideia que este nicho de mercado consumidor norte-americano permanece consistente.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, a intervenção do Bacen nos leilões de swap cambial reverso e também em linha com o avanço do dólar perante a maioria de seus pares no mercado global, a divisa norte-americana avançou hoje perante o real. No interbancário a moeda encerrou cotada a R$ 3,2300 (+0,91%), e acumula agora -0,37% no mês, -18,45% no ano e -7,53% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, internamente, refletindo ainda os elevados receios quanto ao front fiscal e em uma sessão novamente marcada pela reduzida liquidez e oscilação, os contratos com vencimentos mais curtos retraíram-se, enquanto os médios e longos avançaram. Já o CDS brasileiro de 5 anos ficou praticamente estável, como modestíssima, a 255 pontos ante 253 pontos ontem.
Mercados Externos
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, mercados sem direção definida, com os agentes na expectativa do grande driver do momento – a sinalização ou não do aumento da taxa de juros dos pelo Fed por parte de Janet Yellen (presidente da instituição) em seu discurso que irá acontecer na próxima 6ª feira, 26.08, no simpósio de Jackson Hole, nos EUA.
Na Europa bolsas majoritariamente em alta, refletindo os dados dos PMIs da região, bem como, o comportamento favorável dos índices da bolsas de Nova York (Wall Street).
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3º feira, 23.08.2016, elaborado porHAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, ambos analistas de investimento do BB Investimentos.
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