RENNER - Resultados no 2º trimestre/2016
Resultado 2T16: Números sólidos com melhora de margens
Lojas Renner registrou um sólido desempenho no 2T16, mostrando melhor rentabilidade nos números consolidados, embora acreditemos que o resultado do SSS (vendas em mesmas lojas) poderia ter sido melhor não fosse o impacto residual dos erros de coleção durante o 1T16.
A receita líquida das vendas de mercadorias apresentou um crescimento de 8,2% A/A influenciado pela combinação das temperaturas mais baixas da temporada de inverno e do bom desempenho dos dias comemorativos como Dia das Mães e Dia dos Namorados. Além disso, a empresa superou os problemas do 1T16 com fornecedores e importação normalizando o planejamento de compras para o ano todo.
Operação de Varejo.
A receita líquida da operação de varejo cresceu 8,2% A/A no 2T16, enquanto SSS reportou um leve aumento 2,9% A/A em contraste à forte base de comparação do 2T15, quando o SSS evoluiu 14,5% A/A.
O aumento da margem bruta foi o destaque da operação de varejo, que atingiu 57,2% no 2T16 (1,9 p.p. maior do que no 2T15) impulsionada pela melhor distribuição de peças de vestuário de inverno e do ajuste dos níveis de estoques, levando a redução das remarcações dos itens de inverno.
Além disso, as despesas operacionais totais do varejo aumentaram 12,4% A/A, principalmente por causa das pressões inflacionárias, do maior número de lojas abertas, dos encargos da folha de pagamentos e das despesas gerais incorridas no novo CD no estado de Santa Catarina, que ainda não estava em plena operação no 2T16.
Produtos financeiros.
A receita líquida dos produtos financeiros cresceu apenas 2.4% A/A no 2T16, dificultada pelo Saque Rápido (-4,2% A/A) e pelo Cartão Renner Private Label (-9,1% A/A) mas compensada pelo Meu Cartão (Co-branded) que subiu 28,3% A/A.
Por outro lado, a operação Meu Cartão pressionou as perdas em créditos com aumento de 31,7% A/A, que foi parcialmente compensado pelo Cartão Renner (-7,2% A/A), levando ao resultado financeiro de R$ 54,2 milhões, que representou 15,2% do EBITDA total da companhia, o qual também foi negativamente impactado pelos tributos de PIS/COFINS que passaram a incidir sobre as receitas financeiras a partir de Julho/2015.
Resultados Consolidados.
A margem EBITDA elevou-se em 10,9% A/A, representando um ganho de margem de 0,5 p.p. para 20,6% no 2T16, totalizando um EBITDA ajustado de R$ 301,8 mm na operação de varejo.
Adicionando os resultados de produtos financeiros, o EBITDA ajustado total somou R$ 356,1 mm, com ganho de margem de 0,2 p.p para 24,3%no 2T16, devido a melhora na margem bruta e controle do SG&A, apesar do impacto dos encargos da folha de pagamentos. Assim, o lucro líquido aumentou 10,5% A/A.
Fluxo de caixa.
No 2T16 o fluxo de caixa livre da Renner foi de R$ 216 mm, apresentando variação positiva de R$ 86,1 mm ante o 2T15. No primeiro semestre de 2016 o aumento foi de R$ 200,1 mm, contra o 1S15. Tal desempenho foi influenciado pela melhora na geração de caixa operacional e pelo declínio no dispêndio de capital.
O CAPEX total permaneceu estável em 10,8% da receita líquida de vendas do varejo, totalizando R$ 157,9 mm, que foram dedicados sobretudo à abertura de novas lojas, sistemas de TI e ao novo CD em Santa Catarina.
Perspectivas.
Continuamos otimistas quanto a capacidade da Lojas Renner em apresentar bom desempenho nos próximos trimestres, uma vez que a empresa conta com importantes vantagens competitivas como:
(i) marcas bem estruturadas;
(ii) a maioria de suas lojas estarem localizadas dentro de shoppings, onde o tráfego de pessoas é geralmente menos impactado quando a economia desacelera e
(iii) o público-alvo de maior renda, das classes sociais A e B, ser menos afetado do que as classes sociais mais baixas quando há redução de consumo.
No entanto, em nossa opinião, as ações da empresa apreciaram substancialmente nos últimos meses e nós não vemos muito espaço para maior valorização no curto prazo. Dito isto, mantemos nosso preço-alvo para YE2016, bem como a nossa recomendação de Market Perform para LREN3.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise dos resultados apresentados pela RENNER no 2º trimestre/2016, elaborado por MARIANA RUZA PAULON, CNPI Analist Senior, MÁRIO BERNARDES JUNIOR, Analista Chefe, ambos do BB INVESTIMENTOS.
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