Diário do Mercado na 4ª feira, 22.06.2016
Petróleo e Brexit pesaram sobre os mercados
Petróleo
Na véspera do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, os mercados internacionais abriram com otimismo, também apoiados pela alta do petróleo.
Entretanto os ventos mudaram de direção depois da divulgação dos estoques de petróleo nos EUA na semana passada, pelo Departamento de Energia.
Apesar do documento ter mostrado uma queda de 917 mil barris no estoques em 18 de junho, o número ficou abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam um recuo de 1,6 milhão de barris. O preço da commodity passou a cair.
O contrato futuro do petróleo tipo Brent para agosto fechou em queda de 1,46%, a US$ 49,88/barril na ICE (Londres).
Brexit
Outro evento negativo para os mercados foi a divulgação de duas pesquisas mostrando indecisão dos britânicos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Uma das pesquisas mostrou 43% de votos pró-Brexit, contra 41% dos que defendem a permanência do país no bloco. Mais cedo, outra pesquisa mostrou resultado parecido, com 45% das intenções de voto à favor do Brexit e 44% pela permanência.
Na Europa, as onde a segunda pesquisa ainda não havia sido divulgada no momento dos fechamentos, as principais bolsas fecharam com ligeira alta. Já nos EUA, o movimento foi amplamente absorvido e as bolsas fecharam em território negativo.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, o real teve mais um dia de valorização, apoiado pela queda dos prêmios de risco na parte da manhã, no embalo de mais uma apresentação “dovish” de Janet Yellen no congresso americano.
A partir do início da tarde, com o cenário mudando no exterior, o CDS mudou de direção, puxando os contratos futuros de juros. O dólar, entretanto, permaneceu em trajetória descendente, fechando em queda de 1,0%, a R$ 3,3799 (interbancário).
No mercado de juros futuros da BM&F, os contratos de juros futuros operaram com poucas variações. O contrato de DI para janeiro de 2017 fechou estável em 13.76%, ante 13.75% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2018 terminou em 12.69%, de 12.66% no ajuste anterior. Já o DI para janeiro de 2022 fechou em 12.56%, com leve alta de 4 bps sobre os 12.52% de ontem.
BMF Bovespa
Na Bovespa, a maioria das ações operaram no azul logo após a abertura, apoiadas pelo otimismo que vinha do exterior, porém passaram a cair com forca depois do relatório de estoques de petróleo e das pesquisas de opinião do Reino Unido.
No índice, as principais quedas foram de empresas exportadoras (efeito Real forte) e do setor de consumo cíclico, em movimento de realização de lucros depois da alta no pregão de ontem.
Entre as maiores altas estiveram as siderúrgicas, com a alta do minério de ferro na China (Vale, Gerdau Metalúrgica e Usiminas) e Energia Elétrica (Cemig, Equatorial e Energias Brasil).
A força vendedora predominou e o índice fechou em baixa de 1.34%, a 50.156 pontos, com volume de R$ 5 bilhões.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento no mercado em 22.06.2016, 4ª feira, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS