Diário do Mercado, na 2ª feira, 20.06.2016
Semana inicia com ganhos, mas cautela predomina
O aumento do apoio à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia, apontado em pesquisas no fim de semana, aliviou parte das preocupações do mercado nesta 2ª feira, deixando investidores mais confiantes antes do referendo previsto para 23 de junho.
Os rendimentos dos Treasuries dos EUA avançavam nesta segunda-feira, com os rendimentos dos títulos mais longos atingindo a máxima em relação à semana passada.
Operadores reduziam suas posições em títulos do governo, ativos de menos risco, devido a pesquisas mostrando crescimento do apoio à permanência da Grã-Bretanha na União Europeia.
Na Europa, as bolsas tiveram alta expressivas, impulsionadas pelas ações do setor financeiro. O índice FTSE (Londres) avançou 3,04%. O DAX (Frankfurt) subiu 3,43%, enquanto o CAC-40 (Paris) ganhou 3,50%. Nos EUA, as bolsas também operaram em alta, recuperando parte das perdas da semana passada.
O índice Dow Jones abriu em alta e chegou a ganhar mais de 1% depois da abertura, mas a cautela parece que dará o tom até a 5ª feira, 23.06, quando acontecerá o plebiscito, e assim o índice fechou em alta de 0,73%. O S&P 500, que também abriu em alta de mais de 1%, fechou com ganhos de 0,58%, a 2.083 pontos.
O dólar perdeu força e as principais commodities também recuperaram parte das perdas da última semana, na medida em que a confiança dos investidores no ativo de risco aumentou.
O preço do barril do tipo Bret (Londres) voltou a ser negociado acima de U$ 50/barril. Fechou a US$ 50.39, em alta de 2,38%. O WTI ganhou 2,54% em Nova Iorque, fechando a U$ 49.20.
Nesse cenário favorável, o Ibovespa futuro abriu em alta de mais de 1% e rompendo os 51.000 pontos nos primeiros minutos de negociação, acompanhando os futuros na Europa em Nova Iorque. Mais tarde, na abertura do pregão do mercado à vista por aqui e depois em Nova Iorque, o que se viu foi uma forte volatilidade, com o índice sem força para romper as máximas feitas durante a manhã.
Entre as maiores altas do índice estiveram empresas de construção civil e concessionárias de rodovias, refletindo movimento tático dos investidores em semana de cautela à exposição em Blue Chips: RUMO3 (5,42%), ECOR3 (+4,68%) e CCRO3 (+4,36%).
Ainda entre os destaques estiveram as empresas de consumo cíclico (PCAR4, NATU3 e LAME4) com altas de 3,28%, 3,26% e 3,25%, respectivamente. No final, o índice fechou em alta de 1,61%, a 50.329 pontos, com volume de R$ 4,9 bilhões.
O dólar chegou a recuar cerca de 1% logo após a abertura do mercado de câmbio, reagindo a menores preocupações com a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia, em mais um dia sem intervenção do Banco Central no Mercado.
O BC não intervém no mercado desde 18 de maio. No mercado de juros futuros da BM&F, a maioria dos contratos mais longos recuaram, acompanhando a queda do dólar frente ao real e o cenário externo favorável diante de menos preocupações com o referendo sobre o futuro da Grã-Bretanha na União Europeia (UE). A falta de volume, entretanto, limitou a queda nos vencimentos mais curtos dos DIs.
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