KLABIN - Resultado 1T16 e revisão de preço
Exportações impulsionam resultados; Vendas resilientes no Mercado Interno
29.04.2016
O resultado apresentado pela Klabin no 1T16 trouxe diversos aspectos positivos no que diz respeito à sua resiliência e habilidade de desempenhar inclusive num cenário mais desafiador.
O volume exportado cresceu significativamente enquanto, as vendas no MI permaneceram estáveis, apesar da queda na demanda no país. A alavancagem demonstrou os primeiros sinais de redução, resultado de uma geração forte de caixa e da fase final do Projeto Puma.
Volume de vendas cresce impulsionado por exportações.
Comparado ao mesmo período de 2015, as vendas totais subiram 4,1%, chegando a 455 kton, com as exportações crescendo 13,6%. Os papéis Kraftliner subiram 14,6% ante o 1T15 e suas exportações elevaram-se 28,6% no mesmo período.
Apesar do arrefecimento da economia doméstica, e consequentemente da demanda por papel (especialmente para embalagens), as vendas da Klabin no MI permaneceram estáveis, caindo 0,5% A/A.
A receita foi impactada positivamente pelo maior volume no exterior e totalizou R$ 1.463 milhões, um acréscimo de 11,9% A/A. As vendas totais no mercado internacional vieram em R$ 512 milhões (+30,5%), também impactadas pela variação cambial favorável.
Custo Caixa e Resultado Operacional
O custo caixa reportado foi impactado, principalmente, por:
(i) maior custo de aparas,
(ii) maior inflação sobre salários e,
(iii) maior volume exportado totalizando, então, R$ 2.120/t, um aumento de 7,3% A/A.
Em relação às despesas com vendas, houve um aumento de 11% sobre o 1T15, para R$ 105 milhões, ao passo que as despesas G&A vieram em R$ 100 milhões, 33% acima do mesmo período do ano passado, consequência da extinção de programas federais de redução de despesas com salários e o fortalecimento da estrutura corporativa, com o novo negócio de celulose.
Ao final, o EBITDA ajustado subiu 11% A/A, para R$ 512 milhões em razão de:
(i) uma melhor receita advinda das exportações,
(ii) uma variação cambial favorável e
(iii) uma maior produção com os investimentos feitos nas plantas de papel durante o ano de 2015.
Endividamento e resultado financeiro.
No fim do trimestre, a Klabin divulgou uma dívida líquida de R$ 12.009 milhões, uma redução de 3,2% comparado a dezembro de 2015. Desta forma, sua dívida líquida/EBITDA ficou em 5,9x (ante 6,3x no trimestre anterior). Com o fim dos investimentos no Projeto Puma e o início de suas operações, esperamos que a geração de caixa cresça e a alavancagem, naturalmente, diminua ao longo de 2016.
Os resultados financeiros também contribuíram positivamente para a companhia no período. As despesas financeiras ficaram estáveis A/A e o efeito da variação cambial em débitos denominados em dólar adicionou R$ 1.080 milhões ao resultado financeiro, que fechou em R$ 1.012 milhões no trimestre.
Outlook.
Apesar da desaceleração no mercado interno que vem afetando a demanda por papel, a Klabin provou-se capaz de performar favoravelmente interna e externamente, devido à sua flexibilidade de direcionar suas vendas de acordo com a dinâmica do mercado. O início das operações do Puma inserirá a companhia no segmento de celulose e, desse modo, esperamos um aumento de margens num futuro próximo.
Além disso, a alavancagem deve voltar a níveis mais confortáveis ao fim de 2016 com a forte geração de caixa vinda da nova linha de negócios. Nos mantemos alertas para uma queda mais acentuada na demanda doméstica por papel em geral e uma maior apreciação do real frente ao dólar, que poderia afetar as receitas futuras, especialmente de celulose.
Visando a absorção das mudanças macroeconômicas no que tange o câmbio e os preços de papel e celulose, decidimos reavaliar nossas estimativas para KLBN11 e revisamos nosso preço para 2016 de R$ 25,00 para R$ 20,00, mantendo a recomendação de Market Perform.
A avaliação da empresa foi baseada no método de desconto de caixa de 10 anos. Nós consideramos uma perpetuidade de 4,0% e um WACC de 14,5%. Esperamos que a receita apresente um CAGR de 8,21% ao longo de 2016-2020. Também consideramos um preço de fibra curta no longo prazo (BHKP) de USD 710/t.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da KLABIN no 1º trimestre/2016, elaborado por GABRIELA CORTEZ, CNPI Analista Sênior, VICTOR PENNA, CNPI Analista Chefe victor.penna@bb.com.br, analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS