Diário do Mercado - 2ª feira, 25.04.2016
Dia de perdas em escala global
A semana iniciou com investidores cautelosos na grande maioria dos mercados, atentos a indícios do viés econômico a ser sinalizados pelas reuniões do FED (Federal Open Market Commitee) dos Estados Unidos e do BoJ (Bank of Japan) acerca da definição de taxas de juros destes países, bem como, da taxa doméstica, por parte do Copom.
No Brasil, o relatório semanal Focus do Bacen, apesar de estimar uma piora para o crescimento do PIB em 2016, trouxe dados que reiteram a continuidade da retração de expectativas de inflação. Acesse nosso relatório com análise sobre o Focus divulgado hoje.
O Ibovespa encerrou o pregão regular a 51.861 pontos, em uma queda de 1,98%. Em mais uma sessão com elevada volatilidade por conta do setor siderúrgico, sensível a flutuações de preço das commodities metálicas, e a incertezas quanto a crescimento e estímulos econômicos na China, o mercado com maior apetite por estes produtos, as ações da Usiminas - esta ainda reagindo negativamente ao fraco resultado do 1T16 divulgado hoje pela manhã, analisado em detalhes pela nossa equipe -, Cia Siderúrgica Nacional, Vale, Bradespar e Gerdau lideram as perdas na Bolsa brasileira.
Além disso, apesar de não tão representativo no índice, merece destaque o setor de seguros, que também atravessou um dia de desvalorizações, refletindo dados divulgados pela Susep relativos ao mês de março, encarados com mau humor pelos investidores e impactando as ações de BB Seguridade, Porto Seguro e Sul América.
No mercado cambial, mais um dia sem atuação do Bacen nos leilões de swap cambial reverso permitiu uma valorização do Real perante a divisa norte-americana. O Dólar comercial finalizou o dia de negociação cotado a R$ 3,5490, uma queda de 0,63% frente ao pregão anterior.
O CDS (Credit Default Swap – medida de Risco Brasil) de 5 anos avançou pelo terceiro dia consecutivo, atingindo o patamar de 360.8 pontos. No mercado de Juros futuros, refletindo uma estimativa de recuo gradual da inflação, que permite um corte de juros em um futuro próximo, as taxas em praticamente todos os vencimentos sofreram novas retrações.
Do lado das commodities, o contrato futuro de Petróleo Brent para junho encerrou o dia em queda de 1,40%, cotado a US$ 44,48 / barril. O minério de ferro à vista com 62% de teor de concentração entregue no porto de Tianjin caiu 0,8% cotado a US$ 65,00.
Na Europa as bolsas operaram em queda, não apenas pela cautela quanto às taxas de juros a serem definidas pelo FOMC e BoJ, mas com os resultados aquém do esperado por diversas companhias na safra deste 1º trimestre. Em Londres, o FTSE 100 desvalorizou-se 0,78% com contribuições negativas por parte das mineradoras Anglo-American, BHP Billiton e Rio Tinto.
Em Frankfurt, Deutsche Bank e Thyssenkrupp foram responsáveis por parte da queda de 0,76% do índice DAX. Já na França, o índice CAC-40 perde 0,52%, na esteira da desvalorização de ações de companhias como ArcelorMittal e Technip. Na Ásia, o Shanghay Composite da China caiu 0,4% e no Japão, o Nikkei desvalorizou-se 0,76%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 25.04.2016, elaborado por Rafael Freda Reis, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTOS
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