Franceses evitam sair às ruas após atentados que mataram 128 pessoas
A movimentação nas ruas de Paris neste sábado, 14.11, é muito menor do que a de costume, após os atentados terroristas que mataram 128 pessoas e deixaram cerca de 300 feridos na capital francesa. Pelo menos 80 pessoas estão em estado grave.
A recomendação do presidente François Hollande foi seguida pela maioria da população, e as ruas estão vazias, inclusive no centro da cidade e em monumentos.
Perto da casa de show Bataclan, franceses e turistas depositam flores em homenagem aos mais de 80 mortos atingidos ali, onde peritos trabalham para identificar vítimas e recolher indícios do atentado.
“Os moradores do bairro demonstram apreensão. É uma atmosfera pesada”,
afirmou Ramalho.
"Diferentemente do atentado de janeiro ao Charlie Hebdo, dessa vez o ataque foi a pessoas comuns e não a alvos específicos. Por algum tempo teremos de conviver com a sensação de insegurança",
acrescentou Ramalho em entrevista aos jornalistas Bianca Paiva e Leandro Martins, da Rádio Nacional de Brasília.
Ato de guerra
De acordo com o presidente François Hollande, os ataques foram um “ato de guerra” e o país está em estado de emergência. Estão proibidas manifestações em lugares públicos e as escolas e monumentos ficarão fechados até nova orientação. No momento do atentado, Hollande estava no estádio nacional, acompanhando a partida de futebol entre França e Alemanha.
O presidente francês atribuiu os atentados ao Estado Islâmico, cujos representantes já reivindicaram a autoria. A França decretou luto oficial de três dias. Um dos suicidas já foi identificado como cidadão francês. Alguns especialistas dizem que os serviços de inteligência já tinham informações sobre a possibilidade de atentados terroristas e estavam monitorando franceses que retornaram recentemente de países islâmicos.
O repórter Helcio Ramalho disse acreditar que, a partir de agora, o reforço da segurança ocorrerá também em estabelecimentos privados, de modo a evitar que pessoas possam entrar com armas e coletes com explosivos, como aconteceu no Bataclan.
“Já existia alguma revista de sacolas de maior volume. Agora, as casas de show e estabelecimentos privados vão reforçar a segurança”,
concluiu.