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Investimentos

02 de Setembro de 2015 as 14:09:11



INVESTIMENTOS - RENDA FIXA Mercado aguarda Selic Estável


RENDA FIXA - ANÁLISE DE MERCADO em 01.09.2015
Mercado aguarda Selic estável, mas a demanda por prêmios aumenta
 
 
Enquanto o yield do T-Bond de 10 anos oscila em breve congestão, aos 2,2% – representando um dos principais referenciais de renda fixa em âmbito global –, os retornos da renda fixa doméstica ampliam os seus prêmios, na esteira do atual movimento de forte alta do dólar, tanto futuro quanto spot, e do CDS brasileiro de 5 anos, que renova máximas históricas.
 
Refletindo este cenário, os agentes vem demandando maiores prêmios em todos os contratos futuros de DI, que se situam acima de 14% ao longo de toda a curva a termo, e embutem em suas posições os recentes anúncios sobre o déficit primário e o PIB do segundo trimestre.
 
Dessa forma, ainda que as expectativas apontem para a manutenção da taxa Selic na reunião do Copom desta semana (conforme apuração da Bloomberg e do Relatório Focus), o mercado precifica novos vetores de alta sobre a paridade descoberta das taxas de juros, convergindo para incrementos sucessivos dos retornos do DI futuro, NTN-B e bond soberano brasileiro, abrindo oportunidades pouco comuns para captura de yield.
 
O quadro se mostra especialmente atrativo para investidores estrangeiros, mas, importa ponderar que, na mão contrária, o FRA Cambial apresenta tendência de queda, com recuo em todos os seus contratos – em linha com os maiores descontos provocados pela alta do dólar futuro.
 
US Treasuries. Embora a sua tendência geral seja de baixa, o retorno do T-bond de 10 anos retomou a configuração de incertezas, oscilando em torno do referencial de 2,200% e mantendo-se em linha com a média das últimas 200 cotações.
 
Neste momento, porém, merece destaque uma rara situação de convergência, em que coincidem as médias de 200 e de 30 dias entre si e com o próprio yield do momento, como observado em mai/2014 – o que reforça o comportamento de incertezas. Uma reversão da tendência primária apenas seria possível se o retorno do T-bond superar 2,500% com consistência.
 
 
Risco Brasil. Com a superação de importantes referenciais de preço, o CDS brasileiro de 5 anos ganha espaço para percorrer as cotações situadas entre os atuais 364 pontos e o ápice de 586 pontos, registrado em 24/10/2008 (por ocasião da crise subprime).
 
Os padrões gráficos formados desde set/2014 configuram, portanto, forte movimento de alta, entre breves correções em prazos mais curtos. O movimento atual busca os patamares de 385 e 462 pontos, mas podem repetir o referido topo em 586 pontos. Por outro lado, uma hipotética reversão para baixa só seria possível se o CDS perder os 306 pontos.
 
Bond soberano. Com registro de topos e fundos ascendentes, permanece em alta o retorno do bond soberano brasileiro com vencimento em 2025 (cupom de 4,25%), respeitando as configurações de canal de alta e rompimento de topos históricos.
 
Por outro lado, no curto prazo, o yield oscila em torno do importante referencial de 5,100%, mas sem apresentar, até o momento, sinais expressivos de mudança de tendência.
 
No entanto, embora bem menos provável, se perder o nível de 4,755%, o yield poderia reverter a tendência atual e buscar cotações mais baixas como os níveis de 4,578% e 4,432%.
 
 
Juros Brasileiros. A estrutura a termo das taxas DI se elevou em toda a sua extensão, retomando um perfil mais horizontalmente plano entre abr/2017 e jan/2022, em meio a pregões de liquidez e volatilidade elevadas. As taxas de todos os contratos se situaram acima dos 14% a.a., com yields maiores entre os derivativos mais curtos (até out/2016) e entre os últimos da estrutura, posteriores a jan/2025, que acompanharam a alta do CDS Brasil de 5 anos.
 
Ao longo da semana, o mercado acompanhou importantes vetores de alta às taxas DI, como a apuração de déficit primário em junho e a retomada da força altista do dólar, mas, também, vetores de baixa, como o enfraquecimento do PIB e um momentâneo arrefecimento da aversão global ao risco, por parte de investidores estrangeiros.
 
No Brasil, foram divulgados o PIB apurado no segundo trimestre deste ano, com recuo de -2,6% na comparação com igual período do ano anterior, e a apuração de déficit primário em julho, no valor de R$ 10,019 bilhões.
 
No entanto, até o fechamento de ontem prevaleceram as forças de alta sobre as taxas dos contratos futuros de DI, notadamente após a entrega da proposta orçamentária de 2016 ao Congresso, que considerou nos cálculos a previsão de déficit primário de R$ 30,5 bilhões em 2015 (correspondendo a 0,5% do PIB). Na manhã de hoje, a Fitch divulgou comentários, ponderando o novo dado com o cenário-base de suas análises.
 
O contexto atual, que se refletiu nos movimentos do mercado de juros, foi confirmado pela expectativa de mercado, compilada no relatório Focus publicado ontem, acrescentando mais uma estimativa de recuo do PIB, não apenas para 2015 (-2,26%), mas também para 2016 (-0,40%), em relação à semana anterior.
 
Ademais, também a expectativa de produção industrial voltou a recuar na pesquisa do Focus desta semana, reduzindo-se de -5,20% para -5,57%.
 
Após dezessete semanas seguidas de alta e duas de estabilidade, o Focus revelou que a expectativa para o IPCA de 2015 continua a ceder ligeiramente, pela segunda semana seguida (recuando de 9,29% para 9,28%), mas com a perspectiva de  retomada e alta dos preços administrados (em 15,20%).
 
Nesta semana está agendada reunião do Comitê de Política Monetária, para definição da taxa básica de juros. As estimativas de mercado compiladas pela Bloomberg convergem para manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% a.a. Os volumes iniciaram a semana em níveis elevados (na casa de 2.000 mil negócios) e terminaram o período com ligeira diminuição, mas performando um total semanal relativamente alto (com registro de média diária de 1.496,8 mil negociações, contra 1.050,9 mil na semana anterior).
 
O diferencial entre os contratos de vencimentos médios e longos (jan/2017 e jan/2021, de maior liquidez) reduziuse de forma volátil durante a última semana e registrou, novamente, uma maior influência do derivativo de jan/2021. A inclinação da curva continua ligeiramente negativa, mas vem apresentando, há várias semanas, diferenciais cada vez menores.
 
(Observando os contratos de vencimentos médios e longos, é possível notar que os retornos se mostram menores entre os vencimentos mais longos, o que leva o desenho da curva a se inclinar para baixo, gradativamente, acompanhando a projeção do tempo. O tamanho dessa inclinação pode ser medido, comparando-se a taxa do contrato de médio prazo com a taxa de um contrato longo.)
 
Inversamente ao que se observou nos futuros de DI, o FRA Cambial recuou o seu yield em todos os contratos da curva, especialmente por conta da valorização do dólar no mercado futuro, que acarretaram maiores descontos sobre os retornos.
 
Dólar comercial interbancário. O forte gap de abertura observado na semana passada não foi fechado e o movimento altista prosseguiu, com força, superando a média móvel de 30 dias. A moeda cumpriu os três principais objetivos da atual tendência (R$ 3,20; R$ 3,31; R$ 3,55) e, neste momento, permanece em campo de alta, direcionada aos níveis de R$ 3,65 e R$ 3,75, ainda em horizonte de curto prazo.
 
Após o rompimento da linha de tendência de baixa, em junho, o dólar segue em tendência de alta, em meio a volatilidades de curto prazo situadas em campo altista (especialmente pela superação do nível de Fibonacci de R$ 3,10 e pela consistente sustentação do preço acima da média móvel de 30 dias).
 
Por outro lado, apenas se perder o fundo em R$ 3,22, de forma consistente, a moeda pode reverter a tendência de alta e buscar os patamares de R$ 3,07 e R$ 2,88 – o que se torna cada vez menos provável no momento.
 
De janeiro a março, a cotação do dólar no mercado spot apresentou forte valorização, rompendo níveis importantes, como o topo em R$ 2,90, e vem se mantendo acima desse referencial até o momento.
 
Ao longo do período, porém, o mês de maio foi marcado por uma particular redução da volatilidade, sob a forma de um padrão gráfico triangular – que costuma anteceder movimentos mais intensos de alta ou de baixa, quando rompido.
 
Em julho, entretanto, a oscilação foi efetivamente rompida e confirmada, rumando em direção a preços cada vez mais altos e alinhando-se à tendência primária de alta. Cabe notar que não apenas o padrão triangular foi rompido, mas também foi superado os próprios níveis de Fibonacci em R$ 3,03 e R$ 3,10, além do nível de R$ 3,22, os quais figuraram como um relevantes resistências históricas.
 
Entre o ápice observado em set/2002 e o fundo registrado em jul/2008, a cotação do dólar comercial (interbancário) oscilou em meio a baixas sucessivas, partindo de R$ 3,74 e chegando a R$ 1,55 (nos fechamentos mensais).
 
Contudo, o comportamento posterior merece especial destaque, em vista da formação de um consistente movimento de alta, pouco comum, identificado pelo rompimento de sequências baixistas de prazos menores e pela acumulação e convergência de médias.
 
Paralelamente, também o fundo formado em R$ 1,55 – que foi tocado em dois momentos e respeitado como um limite à força de baixa – reforça a cotação para níveis sucessivamente maiores, em harmonia com os níveis de preço referenciados pela série de Fibonacci.
 
Esta força altista, por fim, ganhou um novo e forte impulso no mês de março, que ultrapassou o canal de alta formado desde o final de 2011, levando a cotação do dólar a níveis cada vez maiores.
 

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Fonte: Renato Odo, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS





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