Incerteza sobre juros nos EUA e desaceleração da China sopesaram.
O Ibovespa fechou em 46.625 pts, em baixa de 8,33% em agosto, acumulando -6,76% no ano e -23,92% em 12 meses, com aumento de volume financeiro no mês.
O índice abriu cadente e manteve tendência declinante ao longo de todo o mês, com repique na última semana, tendo batido na mínima mensal em 42.749 pts (-16,0%) no dia 24 – perfazendo o menor fechamento do ano neste mesmo dia, em 44.336 pts. No índice, os setores com piores variações foram: Bancos; Petróleo/Petroquímico; Consumo; e Energia Elétrica.
No índice, as maiores contribuições ponderadas negativas foram:
BBDC4 (R$23,05; -15,44%; giro R$6,75 bilhões);
ITUB4 (R$26,55; -10,57%; giro R$11,83 bilhões);
PETR4 (R$9,19; -12,48%; giro R$9,19 bilhões);
BBAS3 (R$17,83; -18,52%; giro R$3,10 bilhões);
ITSA4 (R$7,28; -12,35%; giro R$4,24 bilhões);
CIEL3 (R$38,35; -12,30%; giro R$3,92 bilhões);
PETR3 (R$10,62; - 8,29%; giro R$4,34 bilhões);
PCAR4 (R$63,50; -15,33%; giro R$1,36 bilhão);
CMIG4 (R$7,52; -20,34%; giro R$0,75 bilhão); e
JBSS3 (R$14,15; - 8,18%; giro R$1,79 bilhão).
A Bovespa, até o último dia 27, apurou saldo negativo de R$2,829 bilhões em agosto (-R$568 milhões em julho), reduzindo o acumulado em 2015 para R$18,143 bilhões.
Já o giro médio diário (preliminar) da bolsa brasileira registrou elevação de 11,7% em agosto, para R$6,39 bilhões, excluindo o dia 12, que teve vencimentos de índice futuro e de opções sobre o índice, ante R$5,72 bilhões em julho.
Agosto foi o mês de férias no hemisfério norte, com quedas significativas nos mercados acionários pelo mundo. O índice da bolsa de Xangai caiu pelo terceiro mês consecutivo, terminando com perda de 12,5%, voltando para patamar semelhante ao do início de janeiro deste ano, após ter atingido máxima variação no ano de +57,6% em junho. O temor da desaceleração abrupta (“hard landing”) da economia chinesa azedou o humor dos agentes e contaminou negativamente os demais mercados pelo mundo.
Também ajudou a derrubar as bolsas globalmente, a possibilidade do início do ciclo de alta de juros nos EUA começar em 17 de setembro próximo, reforçada pela 2ª prévia do PIB 2T15, que variou +3,7% ante +2,3% da 1ª prévia - consenso em +3,2%%, após ter subido 0,6% no 1T15. Assim, o Dow caiu 6,57% no mês, retornando para nível levemente superior ao do fechamento de abril de 2014 (14 meses atrás).
No Brasil, no último dia do mês (31), o governo previu déficit primário de R$30,5 bilhões (0,5% do PIB) para 2016, revisando a meta anterior de +0,7% do PIB – que já havia sido revista de +2,0%.
Perspectivas
Para setembro, as incertezas sobre a elevação de juros nos EUA tendem a perdurar até próximo da data da decisão pelo Fed, no dia 17 e setembro.
Mesmo que não ocorra o início do ciclo de alta neste momento, o mercado deverá seguir precificando antecipadamente um aumento para em dezembro deste ano.
Na China, prosseguirá pesando a reversão do cenário de crescimento e os agentes têm agora a percepção que o governo chinês não deverá tomar mais medidas intervencionistas para evitar a tendência de queda dos preços das ações.
Assim, o panorama para os mercados acionários parece desfavorável para este próximo mês.
Confira no anexo a íntegra do relatório que apresenta análise de carteira sugerida de ações para o mês de SETEMBRO/2015, elaborado por
NATANIEL CEZIMBRA e HAMILTON MOREIRA ALVES,
analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS.