Putin diz que EUA querem tirar Blatter da presidência da Fifa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou as prisões de dirigentes e ex-dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Para ele, trata-se de uma manobra dos EUA para tirar o suíço Joseph Blatter da presidência do organismo.
“É uma clara tentativa de bloquear a reeleição de Blatter como presidente da Fifa e uma séria transgressão aos princípios de como funcionam as organizações internacionais”,
disse o governante russo. Putin acusou ainda os EUA de tentarem “impor sua jurisdição a outros países”.
“Se algum deles violou alguma lei, não sei, mas os EUA não têm nada a ver com isso. Esses dirigentes não são cidadãos norte-americanos. E se algo aconteceu, não aconteceu em território dos EUA.”
Na opinião do presidente da Rússia, as eleições de 6ª feira, 29.05, devem ser mantidas e Blatter, que concorre ao quinto mandato, tem todas as possibilidades de ser reeleito.
“Também sabemos que lhe foram feitas pressões para proibir a realização do Mundial 2018 na Rússia”,
acrescentou Vladimir Putin.
O Departamento de Justiça dos EUA indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da Fifa, na 4ª feira, 27.05, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, em um caso em que são investigados pagamentos de suborno no valor de US$ 151 milhões (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da Fifa, o uruguaio Eugenio Figueredo, e Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, que é também presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Entre os dirigentes indiciados estão o brasileiro José María Marin, membro do comitê da Fifa para os Jogos Olímpicos Rio 2016, o costarriquenho Eduardo Li; Jack Warner, de Trinidad e Tobago; o nicaraguense Júlio Rocha; o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Cayman.
A Fifa suspendeu provisoriamente 11 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e supostamente informante da Procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin em 27.05, em um hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da Fifa, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al Hussein, da Jordânia.
As autoridades suíças abriram investigação sobre a escolha das sedes dos mundiais de 2018 e 2022, na Rússia e no Catar, respectivamente.