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15 de Maio de 2015 as 17:05:41



MERCADO DE LUXO - Por que estilistas de moda como Paul Gaultier estão deixando o ready-to-wear? por Haroldo Monteiro


Por que estilistas do e modmercado de luxo, como Paul Gaultier, estão deixando o ready-to-wear? 
por Haroldo Monteiro
 
O colapso financeiro da alta-costura é hoje praticamente completo, pela boa razão de que não é mais relevante às atuais questões sociológicas.
 
 
Esta semana, o famoso estilista Jean Paul Gaultier declarou em uma entrevista ao The Associated Press, e publicada no Business of Fashion - BOF, que está deixando o mundo da moda no que diz respeito ao ready-to-wear.
 
O famoso designer francês da alta costura, ex-Hermès, que ganhou fama como criador de tendências para a moda mundial, surpreendeu o mercado mostrando sua desilusão com o fashion business nos moldes atuais.
 
Ele vai se concentrar na sua linha rentável de alta costura, que ele apresentará em Paris em janeiro e julho de cada ano, bem como nos trabalhos de teatro e cinema.
 
"Roupas demais matam as roupas ... A moda mudou. Existe uma proliferação de roupas. São oito coleções por temporada - Que são 16 por ano",
 
disse ele.
 
"O sistema não funciona... Não há número suficiente de pessoas para comprá-los. Estamos fazendo roupas que não estão destinadas ao uso",
 
acrescentou ele.
 
Na mesma linha, a dupla de designers holandeses Vikor & Rolf também desistiram de sua linha ready-to-wear este ano, citando razões similares as de Gaultier. Eles simplesmente não conseguiam acompanhar o ritmo esgotante da indústria da moda e quiseram se concentrar na alta costura.
 
Mas o que realmente há por trás desta decisão de Gaultier e também tomada por outros estilistas de deixaram o ready-to-wear das marcas de luxo?
 
1) Umas das causas que Gautier cita em sua entrevista:
 
"Há marcas que fazem roupas baratas muito bem, como Zara, H & M, Uniqlo. As pessoas podem vestir-se bem por pouco dinheiro",
 
disse ele.
 
"Então, por que ir e comprar roupas caras?"
 
Esta colocação de Gaultier faz muito sentido principalmente com o consumidor aspiracional, que deixa de gastar com roupas caras, pois pode encontrar modelos fashion nestas lojas, principalmente em momento de desaceleração econômica.
 
2) As marcas de luxo vêm sofrendo ameaça pela necessidade que o mercado financeiro tem de buscar ganhos cada vez maiores no valor destas empresas. A grande maioria delas hoje tem capital aberto em bolsa. Logo este crescimento força as empresas a adotarem a estratégia de massificação na venda de alguns de seus produtos trazendo uma perda de sua aura de luxo.
 
3) O colapso financeiro da alta-costura é hoje praticamente completo, pela boa razão de que não é mais relevante às atuais questões sociológicas. O fast fashion cada vez mais domina o mercado de moda como podemos observar os casos de H&M e Zara, que estão brilhando e performando ótimos resultados financeiros. A alta-costura não gera resultados satisfatórios, na realidade são apenas investimentos na marca. O retorno sobre o investimento ocorre através de outros produtos derivados que na verdade se tornam as verdadeiras estrelas dos desfiles de moda. Os vestidos mostrados na passarela não são para serem usados, mas apenas para mostrar os acessórios.
 
4) A marca de luxo não tem a rapidez de produção necessária para acompanhar o mercado dinâmico do fashion business, onde os novos produtos devem ser lançados frequentemente para despertar o desejo de consumo pelos seus clientes. A adoção desta estratégia vai contra os pilares de uma real estratégia de luxo, que prima pela qualidade e durabilidade, além disto existe pouca relevância destes produtos no que diz respeito à elevação social ou uma recompensa pessoal, assim só o lado financeiro ganha destaque.
 
5) A visão destes estilistas é de que o fashion luxury deve voltar às suas origens, ou seja a criação de produtos exclusivos pela alta costura, a qualidade de seus produtos, e a relação do luxo com as artes. Este é o foco destes artesões da moda mundial.
 
 
HAROLDO MONTEIRO
Sócio da  Planning & Management Consultoria
Especializada em Gestão e Tendencias Economicas para o Varejo e
Consultoria em Finanças e Franchising
O autor é graduado em Administração de Empresas e Engenharia Econômica pela UERJ, além do MBA Business Administration pela Ohio University.
É professor convidado da COPPEAD para a disciplina Administração Financeira de Curto Prazo. 
 
A publicação desse artigo no JORNAL FRANQUIA foi autorizada pelo próprio autor. 


Fonte: Haroldo Monteiro





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